CHRISTO NO GOLGOTHA
Ao martyrio da Cruz, de bens fecundo,
De Deus caminha o placido Cordeiro!
Em denso véu de trevas o luzeiro
Do dia se retrae com dó profundo.
Ao vozear do bando furibundo,
Treme do Golgotha o sagrado outeiro;
Dos rebatidos cravos do madeiro
Brotam faiscas, que dão luz ao mundo.
Alli, de sangue lagrimas vertendo,
Da Virgens a superna Magestade
Ao supplicio do Filho assiste horrendo!...
Cumprfe-se a pharisaica atrocidade:
Aos seus algozes o perdão dizendo,
Morre o Christo... e renasce a humanidade.
MUNIZ BARRETO