(Jaguarão, 1880.)
Ó não me peças teu nome,
Que fora um crime dizê-lo,
A Deus só basta sabê-lo,
Eu e ele - e mais ninguém.
Ah! que tu mesma ignores
O quanto em ti sonho e cismo.
- Que há entre nós um abismo
Que só Deus sabe-o também.
Quando nas horas sombrias
Da noite Invoco teu vulto,
Por entre as trevas oculto,
Oculto na solidão,
Ainda assim, tremo e suspiro
E tenho fundo receio
Que m'o roubem do meu seio,
Que o vejam no coração.
Pois desde o dia primeiro
Em que te vi... fui cobarde.
Quando busquei-te era tarde
Nadava num mar de horror!
Agora só restam trevas
De um passado já desfeito,
E tu vives no meu peito
Como uma sombra de amor.