(Catulle Mendes)
— Toc! Toc!
— Quem é?
— Abra; faz favor?
— A estas horas? Está doido, cavalheiro! Já estou preparada para deitar-me. Acabei de tirar o meu colete e uma das minhas meias cor de creme, que já atirei, ali, para o divã.
— Deixe-me tirar a outra!
— Não seja impertinente! Continue o seu caminho.
— Amo-a!
— É-me indiferente. Todos me amam.
— Morrerei a teus pés.
— Viva, ou morra, pouco me importa!
— Sou moço.
— Deve ser ingênuo. Vá embora.
— Sou belo.
— Continue o seu caminho; já lhe disse.
— Sou rico.
— E é tolo. Vá embora, ou eu chamo alguém.
— Eu sou amante da sua amiga Clementina.
— Ah! — fez a linda rapariga.
E abrindo a porta:
— Por que não disse logo?