AMO
 

 

Amo a solidão dos bosques,
Amo a noute triste, escura
Amo a sombra do cypreste,
Amo a lua argentea, pura;

Amo em solitaria praia
Ver o mar immenso e forte,
Amo a virgem pensativa,
Perseguida pela sorte!

Amo as flores que vegetam
Junto da campa isolada,
Amo a joven que pranteia
E suspira abandonada;

Amo o brilho das estrêllas
No firmamento a luzirem
Amo as vagas buliçosas
Do oceano a fugirem;

Amo ver como os pastores
Quando, da tarde ao cahir,
Vão os mansos cordeirinhos
Ao seu curral conduzir;

Amo quem ama como eu
Os vergeis, a lua, o sol,
A noute, o mar, as estrellas,
Da manhã lindo arrebol.

Maria Adelaide Fernandes Prata.