Suspiros poéticos e saudades (1865)/A Flor suspiro
XXXIV.
A FLOR SUSPIRO.
Eu amo as flores
Que mudamente
Paixões explicam
Que o peito sente.
Amo a saudade;
O amor-perfeito;
Mas o suspiro
Trago no peito.
A fórma esbelta
Termina em ponta,
Como uma lança
Que ao céo remonta.
Assim, minha alma.
Suspiros geras,
Que ferir podem
As mesmas feras.
É sempre triste,
Ensanguentado,
Quer secco morra,
Quer brilhe em prado.
Taes meus suspiros...
Mas não prosigas;
Ninguem se move.
Por mais que digas.