Amar — é Bernardim, triste gemendo,
Do bella Infanta a ausência lamentando;
E’ Pedro a esposa ao tumulo roubando,
E de rainha o sceptro lhe rendendo.
Amar — é, sim, Moêma perecendo
Nas vagas que vencer busca, nadando;
E’ Virgínia o retrato inda abraçando
De Paulo, quando a engole o abysmo horrendo
Amar — é verbo de mvsterio infindo:
Amarga taça, que tem mel no fundo;
Martyrio que se soffre, ás vezes rindo.
Amar — é sentimento em bens fecundo;
E’ o septimo céo, o céo mais lindo
Gosar no pobre, miseravel mundo.
29 de Julho de 1867.