São Cristóvão, 7 de março de 1822
Querido papai!
Embora seja muito penoso para mim escrever, já que espero o nascimento para qualquer momento, considero meu dever mais sagrado lhe dar notícias minhas, uma vez que conheço bem demais seu coração paternal para ter certeza de que minhas linhas têm algum interesse para o senhor. Aqui reina um verdadeiro caos de idéias e cenas, tudo surgido do logro chamado espírito de liberdade, e nas províncias do Norte agora estão assassinando todos os europeus; Deus (que dispõe tudo para o bem do homem) permita que a situação fique calma, como quer me parecer; meu esposo declarou que ficará aqui; embora pensemos diferentemente em alguns aspectos, é melhor que me cale e observe silenciosamente. Beijo-lhe as mãos inúmeras vezes, assim como as da querida mamãe, e permaneço sempre com fervorosíssimo amor filial e respeito, caríssimo papai, sua filha mui obediente.
Leopoldina