BAUDELAIRE (poeta romântico francês) → Simbolismo

Tudo o que não é sublime é inútil e criminoso

Charles Pierre Baudelaire (1821–1867) viveu na época do Romantismo, mas sua poesia maior está acima de qualquer escola literária, influenciando fortemente a lírica simbolista e modernista. Considerando-se discípulo e irmão espiritual de Edgar Allan Poe, divulgou a obra do escritor norte-americano na Europa, traduzindo o poema The raven ("O Corvo"), Histórias extraordinárias, As aventuras de Gordon Pym e Revelações magnéticas. Ele também foi chamado de "poeta maldito" pela sua vida de boemia e sua arte revolucionária, contestadora da moral pública. A sua obra mais importante é a coletânea de poemas intitulada Les fleurs du mal, dividida em seis partes: "Spleen e ideal", "Cenas parisienses", "O vinho", "As flores do mal", "A revolta", "Morte". Como solução para o tédio, Baudelaire invoca, sucessivamente, o Amor, a Poesia, Satã e a Morte, os quatro temas recorrentes na poética do grande escritor francês. O tema do amor, em As flores do mal, adquire vários matizes: de um realismo sensual, em que ele exalta a sua paixão pela judia Sara, passa para a celebração da beleza exótica da mulata Jeanne Duval, que ele denomina a "Vênus negra", até chegar ao canto sublime do profundo sentimento erótico que sente pela atriz melodramática Marie Daubrum. O amor não conseguindo preencher seu vazio existencial, Baudelaire se refugia na poesia. A arte pela arte, o culto da beleza subjetivamente entendida, leva-o a ampliar os limites da poesia através da "estética do feio". Sofre, porém, outra decepção, pois também a atividade artística torna-se insuficiente para a sua realização existencial. Explora, então, o tema do Satanismo, muito ao gosto da época romântica. Mas nem o Diabo consegue resolver seus conflitos íntimos. Enfim, encontra na Morte, a grande viagem para o infinito e o mistério, o apaziguamento do seu espírito atormentado. Para sua influência sobre outros poetas, sugerimos consultar o verbete Simbolismo, onde se encontra a análise do seu poema "Les Correspondances".