A Divina Comédia (Xavier Pinheiro)/grafia atualizada/Inferno/XXXII: diferenças entre revisões
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
m clean up |
mSem resumo de edição |
||
Linha 35:
O alto muro mirava-lhe espantado,
Quando ouvi:
Não calques de irmãos teus desventurados
As frontes
E sob os pés, de um lago vi gelados
Linha 67:
Que, travado, o cabelo se enleava.
Apertais?
Os colos para trás, um curto espaço
Linha 81:
Terceiro, a quem, geladas lhe caíram
As orelhas, com rosto baixo fala:
Próprio lhes fora e ao genitor Alberto
O vale, onde o Bisênzio faz escala.
Não acharás mais di?nos em Caína,
De ter de gelo o vulto seu coberto,
De um bote o peito e a sombra transpassara;
Nem Focácia e o que a fronte agora inclina,
Mascheroni Sassol, bem conhecido:
Se és Toscano, esse nome te bastara.
Que Pazzi eu sou e que, em Carlin chegando,
Serei por menos criminoso havido
Mil outros via roxos tiritando:
Linha 115:
A face de um calquei no gelo preso.
Inda me estás desta arte molestando?
Em dúvida este mau: solvê-la quero.
Eu depois correrei, se houver tardança
Parou; e ao pecador falei, que fero,
Duras blasfêmias proferia agora:
Tornou —
Um vivo, certo, menos cru me fora
Do nome teu apregoar a fama
Respondi —
Aqui não cabe da lisonja a trama
Travei da nuca ao pecador infesto
E disse: —
Ou quem tu foste me declara presto!
De ver-me a face não terás o gosto
E de saber qual foi meu nome e apelo
As mãos lhe havia no cabelo posto;
Linha 151:
Ganindo ele abaixava sempre o rosto,
Quando outro brada:
Pois os queixos bater não te é bastante?
Já lates! Que demônio em ti dispara?
Respondo —
Contarei por te ser mais infamante
Quanto queiras refere, do apressado,
Que de língua assim foi, não te esquecendo.
Eu vi — podes dizer — Boso Duera
De outros muitos no gelo acompanhado.
Olha e terás ao lado Beccaria,
A quem Florença degolar fizera.
Além com Ganellon e Tribaldello.
Que abriu Faenza, enquanto se dormia
Deixâmo-lo; mas súbito de gelo
Linha 187:
Ele o cérebro e os ossos mastigava.
Te encarniças feroce no inimigo,
E houver da culpa e réu conhecimento,
No mundo a compensar-te ora me obrigo,
Se não perder a língua o movimento
</poem>
|