A Divina Comédia (Xavier Pinheiro)/grafia atualizada/Paraíso/XXIII: diferenças entre revisões

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Com luz, que, viva mais e mais, subira.
 
— ““Eis a milícia”” — a dama diz preclara —
““Da vitória de Cristo! Eis a colheita,
Que o giro entre as esferas nos depara!””
 
Parece a face ter de flamas feita;
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Que a vista, contemplando-a, desmaiava.
 
— ““Ó Beatriz! Ó guia doce e amante!”” —
Tornou-me: — ““O que te enleia a inteligência
Força invencível tem, sem semelhante.
 
““Aqui stá o Saber e a Onipotência,
Que para o céu caminho abrindo à terra,
Cumpriu-lhe inextinguivel apetência.””
 
Como o fogo da nuvem se descerra,
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Qual fui não sei, de todo me olvidando.
 
““Abre os olhos e vê qual sou tornada;
Pois te foi dado ver tanto portento
Já posso, ora a sorrir ser contemplada.”” —
 
Estava eu como quem, no pensamento
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Nem para nauta a se poupar afeito.
 
— ““Porque tanto o meu gesto te enamora,
Que não contemplas o jardim formoso,
Que aos doces raios de Jesus se enflora?
 
““Tem a Rosa, em que o Verbo milagroso
Carne se fez; os lírios têm, que ensinam
O bom caminho pelo odor mimoso.”” —
 
Assim diz Beatriz. Pois me dominam
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C?roava a bela, divinal safira.
 
— ““Sou angélico amor, que, assim movido,
Mostro o prazer, que vem do seio santo,
Que ao Salvador do mundo albergue há sido.
 
““Hei de girar, do céu Senhora, enquanto
Deres, do filho entrando em companhia,
À suma esfera mais divino encanto.”” —
 
Cantava assim da c?roa a melodia.
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Depois ver se fizeram modulando
““Regina coeli”” em tanta consonância,
Que me perdura na alma esse hino brando.