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|obra=[[Dom Quixote]]
|autor=Miguel de Cervantes
|anterior=[[Dom Quixote/II/LXX|Capítulo LXX]]
|posterior=[[Dom Quixote/II/LXXII|Capítulo LXXII]]
|seção=
Ia o vencido D. Quixote muito pensativo por um lado, e muito alegre por outro. Causava a sua tristeza a derrota e a alegria o considerar a virtude de Sancho, virtude que se manifestara na ressurreição de Altisidora, ainda que desconfiava um pouco de que a enamorada donzela estivesse morta deveras. Não ia nada alegre Sancho, por ver que Altisidora não cumprira a promessa de lhe dar as camisas; e, cismando nisto, disse a seu amo:
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— Aposto — disse Sancho — que dentro em pouco tempo não haverá taverna, estalagem, nem loja de barbeiro, em que não esteja pintada a história das nossas façanhas; mas desejaria que a pintassem mãos de melhor pintor do que era quem pintou estas.
— Tens razão, Sancho — disse D. Quixote — porque este é como Orbaneja, um pintor que estava em Ubeda, que, quando lhe perguntavam o que pintava, respondia:
— Eu lhe digo, senhor — respondeu Sancho — a sova que tenciono pregar em mim próprio, tanto me importa que seja em casa, como no campo, mas, com tudo isso, desejaria antes entre arvoredos; parece que me acompanham e me ajudam a levar o meu trabalho maravilhosamente.
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