Eu (Augusto dos Anjos, 1912)/Soneto: diferenças entre revisões

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Linha 2:
|obra=Agregado infeliz de sangue e cal
|autor=Augusto dos Anjos
|notas={{integra|poempoema=[[Eu (Augusto dos Anjos)|Eu]]}}
{{sobrescrição feita}}
}}
 
{{d|Ao meu primeiro filho nascido
morto com 7 meses incompletos.
2 fevereiro 1911.}}
 
<poem>
Agregado infeliz de sangue e cal,
Fruto rubro de carne agonizante,
Filho da grande força fecundante
De minha brônzea trama neuronial,
 
Que poder embriológico fatal
Destruiu, com a sinergia de um gigante,
Em tua ''morfogênese'' de infante
A minha ''morfogênese'' ancestral?!
 
Porção de minha plásmica substância,
Em que lugar irás passar a infância,
Tragicamente anônimo, a feder?!...
 
Ah! Possas tu dormir, feto esquecido,
Panteisticamente dissolvido
Na ''noumenalidade'' do NÃO SER!
</poem>