Idealizações: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Giro bot (discussão | contribs)
m Bot: Mudança automática (-Obra póstuma +Obras póstumas)
Lucia Bot (discussão | contribs)
m Retirando categorias redundantes
 
Linha 7:
 
==I==
 
 
Em vão flameja, rubro, ígneo, sangrento
Linha 16 ⟶ 15:
 
Nas chispas fulvas de um vulcão violento!
 
 
 
E tudo em vão! Atrás da luz dourada,
Linha 26 ⟶ 23:
 
- Crepúsculo fatal vindo do Nada!
 
 
 
Que importa o Sol! A Treva, a Sombra - eis tudo!
Linha 36 ⟶ 31:
 
E chora e sangra, mudo, mudo, mudo...
 
 
 
E há no meu peito - ocaso nunca visto,
Linha 46 ⟶ 39:
 
E os Sete Passos que magoaram Cristo!
 
 
 
==II==
Linha 58 ⟶ 49:
 
Beijam-lhe o corpo ensangúentado d'ouro.
 
 
 
Legiões de névoas mortas e finadas
Linha 68 ⟶ 57:
 
Eterizadas, volaterizadas.
 
 
 
E a Noite emerge, santa e vitoriosa
Linha 78 ⟶ 65:
 
Turiferando a negridão tediosa.
 
 
 
Além, dourando as névoas dos espaços,
Linha 88 ⟶ 73:
 
A VIa-Láctea vai abrindo os braços!
 
 
 
Áureas estrelas, alvas, luminosas,
Linha 98 ⟶ 81:
 
Sobre o oceano astral das nebulosas.
 
 
 
Eu amo a noite que este Sol arranca!
Linha 108 ⟶ 89:
 
A imagem lirial da Noite Branca.
 
 
==III==
Linha 119 ⟶ 99:
 
Abençoada pela Eternidade!
 
 
 
E ei-lo de novo, ontem moribundo,
Linha 129 ⟶ 107:
 
Ébrio de fogo, dominando o mundo!
 
 
 
Mas de que serve o Sol, se triste em cada
Linha 139 ⟶ 115:
 
Mais em minh'alma um desespero brada?!
 
 
 
De que serve, se, á luz áurea que dele
Linha 149 ⟶ 123:
 
Se é desespero e maldição todo ele?!
 
 
 
Pois, de que serve, se, aclarando os cerros
Linha 159 ⟶ 131:
 
N'alma caindo, se tornassem ferros?!
 
 
 
==IV==
Linha 171 ⟶ 141:
 
Como Herculanum foi após as chamas.
 
 
 
Ah! Como tu, em lodo tudo acaba,
Linha 181 ⟶ 149:
 
Tênebra que hoje sobre ti desaba.
 
 
 
Ninguém se exime dessa lei imensa
Linha 191 ⟶ 157:
 
E arrasta os coraç5es pela Descrença.
 
 
 
Ergue, pois poeta, um pedestal de tanta
Linha 201 ⟶ 165:
 
Esforço, sobe ao pedestal, e... canta!
 
 
 
Canta a Descrença que passou cortando
Linha 211 ⟶ 173:
 
Deixar, foi valas funerais deixando.
 
 
 
E foi deixando essas funéreas, frias,
Linha 221 ⟶ 181:
 
Vives de cinzas e de ruinarias!
 
 
 
==V==
 
 
Agora é noite! E na estelar coorte,
Linha 234 ⟶ 191:
 
E chora a fanfarra triunfal da Morte.
 
 
 
Então, a Lua que no céu se espalha,
Linha 244 ⟶ 199:
 
Alva corno um pedaço de mortalha!
 
 
 
Nessa música que a alma me ilumina
Linha 254 ⟶ 207:
 
- Fera rendida à música divina.
 
 
 
Harpas concertam! Brandas melodias
Linha 264 ⟶ 215:
 
Pelos rochedos, pelas penedias...
 
 
 
Eu amo a Noite que este Sol arranca!
Linha 275 ⟶ 224:
A imagem lirial da Noite Branca!
 
[[Categoria:Poesia brasileira]]
[[Categoria:Pré-Modernismo]]
[[Categoria:Augusto dos Anjos]]