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''A Santos Neto''
Para iludir minha desgraça, estudo.
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E o ar indolente de um chinês idiota!
A passagem dos séculos me assombra.
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E parece-me um sonho a realidade.
Em vão com o grito do meu peito impreco!
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Que há de comer a minha carne toda!
É a Morte - esta carnívora assanhada -
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E o mundo inteiro não lhe mata a fome!
Nesta sombria análise das cousas,
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Reconheço assombrado o meu Destino!
Surpreendo-me, sozinho, numa cova.
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E as baionetas dos dragões antigos!
E quando vi que aquilo vinha vindo
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Vi que era pó, vi que era esterquilínio!
Chegou a tua vez, oh! Natureza!
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Todos os monstros que os teus peitos criam.
Tu não és minha mãe, velha nefasta!
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Durante os desgraçados nove meses!
Semeadora terrível de defuntos,
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Como se fosse o atrito de dois ferros!
Pois bem! Chegou minha hora de vingança.
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Deixa-te estar, canalha, que eu me vingo!
Súbito outra visão negra me espanta!
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Guardam o corpo do Divino Mestre.
Como as estalactites da caverna,
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Sente vontade de abraçar-lhe os ossos!
Não há ninguém na estrada da Ripetta.
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Recomeça o barulho das matracas.
A desagregação da minha Idéia
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Estão dizendo que Jesus é morto!
Não! Jesus não morreu! Vive na serra
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E faz da cloaca uma urna de perfume.
Na agonia de tantos pesadelos
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E um pedaço de cera derretida!
Dorme a casa. O céu dorme. A árvore dorme
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E a impassibilidade da mobília.
Meu coração, como um cristal, se quebre
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Ao desmoronamento de outra casa!
Ao terminar este sentido poema
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Daqui por diante não farei mais versos
''([[Eu (Augusto dos Anjos)|Eu]], 50)''
[[Categoria:Pré-Modernismo]]
[[Categoria:Augusto dos Anjos]]
[[Categoria:1912]]
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