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Linha 11:
E pela estrada, entre estes monstros, ando!
Não trago sobre a túnica fingida
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Na atra rua de Santa Margarida.
O quadro de aflições que me consomem
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Feita de todos os tormentos do homem!
Como um ladrão sentado numa ponte
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Estou á espera de que o Sol desponte!
Bati nas pedras dum tormento rude
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E a Tristeza é minha única saúde.
As minhas roupas, quero até rompê-las!
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Abraçado com todas as estrelas!
A Noite vai crescendo apavorante
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Numa dilatação exorbitante!
E eu luto contra a universal grandeza
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Da criatura contra a natureza!
Para essas lutas uma vida é pouca
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E o sangue jorra, em coalhos, pela boca.
E muitas vezes a agonia é tanta
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De onde seu corpo nunca mais levanta!
É natural que esse Hércules se estorça,
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Do mecanismo que tiver mais força.
Ah! Por todos os séculos vindouros
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Igual á luta dos cristãos e mouros!
Sobre histórias de amor o interrogar-me
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Nem há mulher talvez capaz de amar-me.
O amor tem favos e tem caldos quentes
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Onde morreram todos os doentes.
Hoje é amargo tudo quanto eu gosto;
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O velho tamarindo a que me encosto!
Vou enterrar agora a harpa boêmia
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E o grito desvairado da blasfêmia!
Que dentro de minh'alma americana
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Todos os atos da tragédia humana!
Seja esta minha queixa derradeira
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Por esta grande noite brasileira!
Melancolia! Estende-me a tu'asa!
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Dize a este monstro que eu fugi de casa!
''([[Eu (Augusto dos Anjos)|Eu]], 52)''
[[Categoria:Pré-Modernismo]]
[[Categoria:Augusto dos Anjos]]
[[Categoria:1912]]
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