Sonetos ao pai: diferenças entre revisões

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|autor=Augusto dos Anjos
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==I==
 
''A meu Pai morto''
 
 
A meu Pai doente.
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Eu, para amenizar as minhas dores!
 
 
 
Que coisa triste! O campo tão sem flores,
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Mágoas crescendo e se fazendo horrores!
 
 
 
Magoaram-te, meu Pai?! Que mão sombria,
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De assim magoar-te sem pesar havia?!
 
 
 
- Seria a mão de Deus?! Mas Deus enfim
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Deus não havia de magoar-te assim!
 
 
 
==II==
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Sem um gemido, assim como um cordeiro!
 
 
 
E eu nem lhe ouvi o alento derradeiro!
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"Acorda-o"! deixa-o, Mãe, dormir primeiro!
 
 
 
E saí para ver a Natureza!
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Nem uma névoa no estrelado véu..-
 
 
 
Mas pareceu-me, entre as estrelas flóreas,
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Ver a alma de meu Pai subindo ao Céu!
 
 
 
==III==
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Numa fermentação gorda de cidra.
 
 
 
Duras leis as que os homens e a hórrida hidra
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Com a invariabilidade da clepsidra!...
 
 
 
Podre meu Pai! E a mão que enchi de beijos
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Sobre a mesa de orgíacos festins!...
 
 
 
Amo meu Pai na atômica desordem
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[[Categoria:Pré-Modernismo]]
[[Categoria:Poesia brasileira]]
[[Categoria:Augusto dos Anjos]]
[[Categoria:1912]]