O que nós vemos das cousas são as cousas: diferenças entre revisões

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|autor=Alberto Caeiro
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:O que nós vemos das cousas são as cousas.
:Por que veríamos nós uma cousa se houvesse outra?
:Por que é que ver e ouvir seria iludirmo-nos
:Se ver e ouvir são ver e ouvir?
 
<poem>
:O que nós vemos das cousas são as cousas.
:Por que veríamos nós uma cousa se houvesse outra?
:Por que é que ver e ouvir seria iludirmo-nos
:Se ver e ouvir são ver e ouvir?
 
:O essencial é saber ver,
:Saber ver sem estar a pensar,
:Saber ver quando se vê,
:E nem pensar quando se vê
:Nem ver quando se pensa.
 
:Mas isso (tristes de nós que trazemos a alma vestida!),
:Isso exige um estudo profundo,
:Uma aprendizagem de desaprender
:E uma seqüestração na liberdade daquele convento
:De que os poetas dizem que as estrelas são as freiras eternas
:E as flores as penitentes convictas de um só dia,
:Mas onde afinal as estrelas não são senão estrelas
:Nem as flores senão flores.
:Sendo por isso que lhes chamamos estrelas e flores.
</poem>
{{sem ano}}
 
[[Categoria:Realismo português]]
:Mas isso (tristes de nós que trazemos a alma vestida!),
[[Categoria:Poesia portuguesa]]
:Isso exige um estudo profundo,
:Uma aprendizagem de desaprender
:E uma seqüestração na liberdade daquele convento
:De que os poetas dizem que as estrelas são as freiras eternas
:E as flores as penitentes convictas de um só dia,
:Mas onde afinal as estrelas não são senão estrelas
:Nem as flores senão flores.
:Sendo por isso que lhes chamamos estrelas e flores.
 
[[Categoria:Alberto Caeiro]]
[[Categoria:Fernando Pessoa]]