O pastor amoroso perdeu o cajado: diferenças entre revisões

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|autor=Alberto Caeiro
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:O pastor amoroso perdeu o cajado,
:E as ovelhas tresmalharam-se pela encosta,
:E de tanto pensar, nem tocou a flauta que trouxe pira tocar.
:Ninguém lhe apareceu ou desapareceu.
:Nunca mais encontrou o cajado.
:Outros, praguejando contra ele, recolheram-lhe as ovelhas.
:Ninguém o tinha amado, afinal.
:Quando se ergueu da encosta e da verdade falsa, viu tudo:
:Os grandes vales cheios dos mesmos verdes de sempre,
:As grandes montanhas longe, mais reais que qualquer sentimento,
:A realidade toda, com o céu e o ar e os campos que existem,
:estão presentes.
:(E de novo o ar, que lhe faltara tanto tempo, lhe entrou fresco
:nos pulmões)
:E sentiu que de novo o ar lhe abria, mas com dor,
:uma liberdade
:no peito.
 
<poem>
:O pastor amoroso perdeu o cajado,
:E as ovelhas tresmalharam-se pela encosta,
:E de tanto pensar, nem tocou a flauta que trouxe pira tocar.
:Ninguém lhe apareceu ou desapareceu.
:Nunca mais encontrou o cajado.
:Outros, praguejando contra ele, recolheram-lhe as ovelhas.
:Ninguém o tinha amado, afinal.
:Quando se ergueu da encosta e da verdade falsa, viu tudo:
:Os grandes vales cheios dos mesmos verdes de sempre,
:As grandes montanhas longe, mais reais que qualquer sentimento,
:A realidade toda, com o céu e o ar e os campos que existem,
:estão presentes.
:(E de novo o ar, que lhe faltara tanto tempo, lhe entrou fresco
:nos pulmões)
:E sentiu que de novo o ar lhe abria, mas com dor,
:uma liberdade
:no peito.
</poem>
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[[Categoria:Realismo português]]
[[Categoria:Poesia portuguesa]]
[[Categoria:Alberto Caeiro]]
[[Categoria:Fernando Pessoa]]