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Linha 3:
|autor=Alberto Caeiro
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:O pastor amoroso perdeu o cajado,▼
:E as ovelhas tresmalharam-se pela encosta,▼
:E de tanto pensar, nem tocou a flauta que trouxe pira tocar. ▼
:Ninguém lhe apareceu ou desapareceu. ▼
:Nunca mais encontrou o cajado.▼
:Outros, praguejando contra ele, recolheram-lhe as ovelhas. ▼
:Ninguém o tinha amado, afinal.▼
:Quando se ergueu da encosta e da verdade falsa, viu tudo:▼
:Os grandes vales cheios dos mesmos verdes de sempre,▼
:As grandes montanhas longe, mais reais que qualquer sentimento, ▼
:A realidade toda, com o céu e o ar e os campos que existem, ▼
:estão presentes.▼
:(E de novo o ar, que lhe faltara tanto tempo, lhe entrou fresco ▼
:nos pulmões)▼
:E sentiu que de novo o ar lhe abria, mas com dor, ▼
:uma liberdade ▼
:no peito. ▼
<poem>
</poem>
{{sem ano}}
[[Categoria:Realismo português]]
[[Categoria:Poesia portuguesa]]
[[Categoria:Alberto Caeiro]]
[[Categoria:Fernando Pessoa]]
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