Ao entardecer, debruçado pela janela: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
ajustes utilizando AWB
multiplos ajustes utilizando AWB
Linha 3:
|autor=Alberto Caeiro
}}
:Ao entardecer, debruçado pela janela,
:E sabendo de soslaio que há campos em frente,
:Leio até me arderem os olhos
:O livro de Cesário Verde.
 
<poem>
:Ao entardecer, debruçado pela janela,
:E sabendo de soslaio que há campos em frente,
:Leio até me arderem os olhos
:O livro de Cesário Verde.
 
:Que pena que tenho dele! Ele era um camponês
:Que andava preso em liberdade pela cidade.
:Mas o modo como olhava para as casas,
:E o modo como reparava nas ruas,
:E a maneira como dava pelas cousas,
:É o de quem olha para árvores,
:E de quem desce os olhos pela estrada por onde vai andando
:E anda a reparar nas flores que há pelos campos ...
 
:Por isso ele tinha aquela grande tristeza
:Que ele nunca disse bem que tinha,
:Mas andava na cidade como quem anda no campo
:E triste como esmagar flores em livros
:E pôr plantas em jarros...
</poem>
{{sem ano}}
 
[[Categoria:Realismo português]]
:Por isso ele tinha aquela grande tristeza
[[Categoria:Poesia portuguesa]]
:Que ele nunca disse bem que tinha,
:Mas andava na cidade como quem anda no campo
:E triste como esmagar flores em livros
:E pôr plantas em jarros...
 
[[Categoria:Alberto Caeiro]]
[[Categoria:Fernando Pessoa]]