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== Na fralda de dois íngremes rochedos ==
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Na fralda de dois íngremes rochedos,
Que levantam aos Céus fronte orgulhosa,
Existe de Machim a Vila idosa
Povoada de escassos arvoredos.
Pelo meio, alisando alvos penedos,
Desce extensa Ribeira preguiçosa,
Porém, tão crespa na estação chuvosa
Que aos íncolas infunde respeito e medo.
Ás margens dela em hora atenuada,
Vi a primeira luz do sol sereno,
Em pobre sim, mas paternal morada.
Aos trabalhos me afiz desde pequeno.
O abrigo deixei da Pátria amada
E vim ser infeliz noutro terreno.
</poem>
''Poema dedicado à sua terra natal, Machico''
== Do vasto Oceano flor, gentil Madeira ==
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Do vasto Oceano flor, gentil Madeira,
Que murta viçosa o cimo enlaças,
Sóbria a teu seio amamentando as Graças,
Com o vítrio suco da imortal Parreira
Daquele, que em ti viu a luz primeira,
Se acaso é crível que inda apreço faças,
Entre o prazer das brincadeiras taças
Recolhe a minha produção rasteira.
É donativo escasso, eu bem conheço;
Mas o desejo que acompanha a oferenda,
Lhe avulta a estima, lhe engrandece o preço.
Deixa que a roda o meu Destino prenda;
Em cessando estes males, que padeço
Talvez então mais altos dons te renda.
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''Poema dedicado à Ilha da Madeira''
== Sisudo Ornelas meu, em cujos lares ==
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Sisudo Ornelas meu, em cujos lares
A tenra flor dos anos meus abriu,
Flor que, ao depois, do tempo a mão cobriu
De hórrido luto, e de fatais pesares.
Transpondo o espaço de alongados ares,
Leve sinal de gratidão te enviu,
Da minha história o entre-cortado fio
Verás, quando este livro folheares.
Ao ler os duros males que lastimo,
Não afogues em mar de novo pranto
Planta nutrida ao teu afago e mimo.
Vingam-me as musas de infortúnio tanto;
Afugento a Desgraça, a dor suprimo
Quando ao toque da Lyra a voz levanto.
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''Poema dedicado a Marcos de Ornelas, seu protector.
==Caro colega meu, Mendes querido==
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Caro colega meu, Mendes querido,
Lenitivo suave a meu cuidado,
Quando em austero asilo aferrolhado
Nos verdes anos meus era oprimido.
Pela mão da verdade aqui tecido
C’as próprias tintas, que moera o fado,
O quadro vê daquele antigo estado,
Em trabalhos fatais reproduzido.
O que é a desventura enfim repara;
Depois que desandou a roda sua,
Oh! como, amigo, raras vezes pára!
Tem sido a minha vida amarga e crua,
De martírios sem fim cadeia rara,
Que de hora em hora sem cessar gradua.
</poem>
''Poema dedicado ao colega de seminário João Mendes da Silva.''
== Cícero Funchalense, eu te saúdo ==
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:<span style="font-family: Lucida Calligraphy; font-size: 13pt; color: black;">Cícero funchalense, eu te saúdo,
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<div style="text-align: center;">Poema dedicado ao padre, e seu professor, João Francisco Lopes da Rocha. </div> </span>
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:<span style="font-family: Lucida Calligraphy; font-size: 13pt; color: black;">Alvíssaras, Funchal, da opressa frente
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<div style="text-align: center;">Poema celebrando a partida do Bispo do [[Funchal]], D. [[José da Costa Torres]]. </div> </span>
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:<span style="font-family: Lucida Calligraphy; font-size: 13pt; color: black;">Se d'entre as lidas do enredado foro,
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<div style="text-align: center;">Poema enviado ao Dr. Luis António Jardim relatando a sua prisão no Aljube do [[Funchal]]. </div> </span>
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:<span style="font-family: Lucida Calligraphy; font-size: 13pt; color: black;">Prelado Excelso, o Nóbrega doente,
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