Carta a D. Pedro I da Imperatriz Leopoldina (28 de agosto de 1822): diferenças entre revisões

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São Cristóvão legal daora, 28 de agosto de 1822
 
Meu querido e muito amado esposo
 
Perdoe mil vezes que eu ralhei na minha última cartacartas feias, mas deve ser-lhe prova de amizade de ser muito triste de ter me deixado faltar notícias suas; agora estou contentíssima com suas regras de Lorena; não é preciso recomendar-me as suas qualidades; seja persuadido, depois de dar-me tantas provas de confiança antes perder tudo que faltar aos meus deveres e bem do Brasil; os papéis se vão imprimir na Gazeta.
 
Sinto muito dar-lhe notícias desagradáveis, mas não quero faltar à verdade, mesmo se é penoso a meu coração; a tropa de Lisboa entrou na Bahia, e dizem que desembarcou; a nossa esquadra não se sabe o que fez, se é falta de ânimo dela é preciso o mais rigoroso castigo, chegarão três navios de Lisboa, os quais dão notícias de que os abomináveis portugueses querem sua ida para lá mesmo se voltasse ao Brasil outra vez, e que ia ao poder executivo a decidir se deve vir mais tropa para cá, é certo que aprontem a toda pressa dois navios; ontem deram a falsa notícia que estava uma esquadra de Lisboa fora da Barra de modo que todo se aprontou para recebê-la com fogo e bala.