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|notas=Originalmente publicado em ''Gazeta de Notícias'', em 1883 e posteriormente compilado em ''[[Histórias sem data]]''.}}
Não me perguntem pela família do dr. Jeremias Halma, nem o que é que ele veio fazer ao Rio de Janeiro, naquele ano de 1768, governando o conde de Azambuja, que a princípio se disse o mandara buscar; esta versão durou pouco. Veio, ficou e morreu com o século. Posso afirmar que era médico e holandês. Viajara muito, sabia toda a química do tempo, e mais alguma; falava correntemente cinco ou seis línguas vivas e duas mortas. Era tão universal e inventivo, que dotou a poesia malaia com um novo metro, e engendrou uma teoria da formação dos diamantes. Não conto os melhoramentos terapêuticos, e outras muitas coisas, que o recomendam à nossa admiração. Tudo isso, sem ser casmurro, nem orgulhoso. Ao contrário, a vida e a pessoa dele eram como a casa que um patrício lhe arranjou na Rua do Piolho, casa singelíssima, onde ele morreu pelo natal de 1799. Sim, o dr. Jeremias era simples, lhano, modesto, tão modesto que... Mas isto seria transtornar a ordem dum conto. Vamos ao princípio.
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