Contos de Grimm/O lobo e os sete cabritinhos: diferenças entre revisões

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[[File:Grimm O lobo e os sete cabritinhos.jpg|thumb|right|500px|<center>'''O lobo e os sete cabritinhos'''</center>]]
There was once upon a time an old goat who had seven little kids, and loved them with all the love of a mother for her children. One day she wanted to go into the forest and fetch some food. So she called all seven to her and said, "Dear children, I have to go into the forest, be on your guard against the wolf; if he come in, he will devour you all--skin, hair, and all.
 
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And when he got to the well and stooped over the water and was just about to drink, the heavy stones made him fall in, and there was no help, but he had to drown miserably. When the seven kids saw that, they came running to the spot and cried aloud, "The wolf is dead! The wolf is dead!" and danced for joy round about the well with their mother.
 
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Era uma vez uma velha cabra que tinha sete cabritinhos e os amava, como uma boa mãe pode amar os filhos. Um dia, querendo ir ao bosque para as provisões do jantar, chamou os sete filhinhos e lhes disse:
 
- Queridos pequenos, preciso ir ao bosque; cuidado com o lobo; se ele entrar aqui, come-vos todos com uma única abocanhada. Aquele patife costuma disfarçar-se, logo o reconhecereis, porém, pela voz rouca e pelas patas negras.
 
Os cabritinhos responderam:
 
- Podeis ir sossegada, querida mamãe, ficaremos bem atentos.
 
Com um balido, a velha cabra afastou-se confiante. Pouco depois, alguém bateu à porta, gritando:
 
- Abri, queridos pequenos; está aqui vossa mãezinha que trouxe um presente para cada um!
 
Mas os cabritinhos perceberam, pela voz rouca, que era o lobo.
 
- Não abrimos nada, - disseram - não é a nossa mamãe; a mamãe tem uma vozinha suave; a tua é rouca; tu és o lobo!
 
Então o lobo foi a um negócio, comprou um grande pedaço de argila, comeu-o e assim a voz dele tornou-se mais suave. Em seguida, voltou a bater à porta, dizendo:
 
- Abri, queridos pequenos; está aqui a vossa mãezinha que trouxe um presente para cada um!
 
Mas havia apoiado a pata negra na janela; os pequenos viram-na e gritaram:
 
- Não abrimos, nossa mamãe não tem as patas negras como tu; tu és o lobo.
 
O lobo correu, então, até o padeiro e lhe disse:
 
- Machuquei o pé, queres esparramar-lhe em cima um pouco de massa?
 
Quando o padeiro lhe espargiu a massa na pata, correu até o moleiro e disse:
 
- Espalha um pouco de farinha de trigo na minha pata.
 
O moleiro pensou: "Este lobo está tentando enganar alguém" e recusou-se a atendê-lo. O lobo, porém, ameaçou-o:
 
- Se não o fizeres, devoro-te!
 
O moleiro, então, se assustou e polvilhou-lhe a pata. Aliás, isso é comum entre os homens. O malandro foi, pela terceira vez, bater à porta dos cabritinhos, dizendo:
 
- Abri, pequenos, vossa querida mãezinha voltou do bosque e trouxe um presente para cada um de vós!
 
Os cabritinhos gritaram:
 
- Mostra-nos primeiro a tua pata para que saibamos se és realmente nossa
 
mamãezinha.
 
O lobo não hesitou, colocou a pata sobre a janela e, quando viram que era branca, acreditaram no que dizia e abriram-lhe a porta. Mas foi o lobo que entrou. Os cabritinhos, amedrontados, trataram de se esconder. O primeiro escondeu-se debaixo da mesa, o segundo meteu-se embaixo da cama, o terceiro correu para dentro do forno, o quarto foi para a cozinha, o quinto fechou-se no armário, o sexto dentro da pia e o sétimo na caixa do relógio de parede. Mas o lobo encontrou-os todos e não fez cerimônias; engoliu-os um após o outro. O último, porém, que estava dentro da caixa do relógio, não foi descoberto. Uma vez satisfeito, o lobo saiu e foi deitar-se sob uma árvore, no gramado fresco do prado e não tardou a ferrar no sono. Não tardou muito e a velha cabra regressou do bosque.
 
Ah, o que se lhe deparou! A porta da casa escancarada; mesa, cadeiras, bancos, tudo de pernas para o ar. A pia em pedaços, as cobertas, os travesseiros arrancados da cama. Procurou logo os filhinhos, não conseguindo encontrá-los em parte alguma. Chamou-os pelo nome, um após o outro, mas ninguém respondeu. Ao chamar, por fim, o menor de todos, uma vozinha sumida gritou:
 
- Querida mamãezinha, estou aqui, dentro da caixa do relógio.
 
Ela tirou-o de lá e o pequeno contou-lhe que viera o lobo e devorara todos os outros. Imaginem o quanto a cabra chorou pelos seus pequeninos! Saiu de casa desesperada, sem saber o que fazer; o cabritinho menor saiu-lhe atrás. Chegando ao prado, viram o lobo espichado debaixo da árvore, roncando de tal maneira que fazia estremecer os galhos. Observou-o atentamente, de um e de outro lado e notou que algo se mexia dentro de seu ventre enorme.
 
- Ah! Deus meu, - suspirou ela - estarão ainda vivos os meus pobres pequenos que o lobo devorou?
 
Mandou o cabritinho menor que fosse correndo em casa apanhar a tesoura, linha e agulha também. De posse delas, abriu a barriga do monstro; ao primeiro corte, um cabritinho pôs a cabeça de fora e, conforme ia cortando mais, um por um foram saltando para fora; todos os seis, vivos e perfeitamente sãos, pois o monstro, na sanha devoradora, os engolira inteiros, sem mastigar.
 
Que alegria sentiram ao ver a mãezinha! Abraçaram-na, pinoteando felizes como nunca. Mas a velha cabra lhes disse:
 
- Ide depressa procurar algumas pedras para encher a barriga deste danado antes que ele desperte.
 
Os cabritinhos, então, saíram correndo e daí a pouco voltaram com as pedras, que meteram, tantas quantas couberam, na barriga ainda quente do lobo. A velha cabra, muito rapidamente, coseu-lhe a pele de modo que ele nem chegou a perceber.
 
Finalmente, tendo dormido bastante, o lobo levantou-se e, como as pedras que tinha no estômago lhe provocassem uma grande sede, foi à fonte para beber; mas, ao andar e mexer-se, as pedras chocavam-se na barriga, fazendo um certo ruído. Ele
 
então pôs-se a gritar:
 
Dentro da pança,
que é que salta e pula?
Cabritos não são;
parece pedra miúda!
 
Chegando à fonte, debruçou-se para beber; entretanto, o peso das pedras arrastou-o para dentro da água, onde se acabou afogando miseravelmente. Vendo isso, os sete cabritinhos saíram correndo e gritando:
 
- O lobo morreu! O lobo morreu!
 
Então, juntamente com a mãezinha, dançaram alegremente em volta da fonte.
[[File:Grimm O lobo e os sete cabritinhos2.jpg|thumb|right|500px|<center>'''O lobo e os sete cabritinhos<>ilustração de Walter Crane (1845-1915)</center>]]
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