Contos de Grimm/A protegida de Nossa Senhora: diferenças entre revisões

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[[File:Grimm A protegida de Nossa Senhora.jpg|thumb|right|500px|<center>'''A protegida de Nossa Senhora<br>ou A filha do lenhador'''</center>]]
Perto[[Ficheiro:InicialP.svg|left|100px]]erto de uma imensa floresta vivia um lenhador junto com sua esposa, que tinha apenas uma única filha, que era uma garotinha com três anos de idade. Eles eram, entretanto, tão pobres que nem o pão de cada dia eles tinham para comer, e não sabiam como conseguir comida para a filha. Um dia de manhã, o lenhador saiu preocupado para o seu trabalho na floresta, e enquanto ele estava cortando lenha, subitamente apareceu diante dele uma mulher alta e bela, como uma coroa de estrelas que cintilavam em sua cabeça, e que disse a ele:
 
— “Eu sou a Virgem Maria, mãe do menino Jesus. Você é pobre e necessitado, traga a tua filha para mim, eu vou levá-la comigo e serei a mãe dela, e cuidarei dela.”
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Ela procurou a chave, e quando ela a pegou em sua mão, ela colocou na fechadura, e quando ela enfiou a chave na fechadura, ela a girou. Então, a porta se abriu, e ela viu lá dentro a Trindade sentada no meio de um grande fogo e com grande esplendor. Ela ficou lá por algum tempo, e olhava para tudo com assombro, então, ela tocou um pouco a luz com o seu dedo, e o seu dedo ficou coberto de ouro.
 
Imediatamente[[Ficheiro:InicialI.svg|left|100px]]mediatamente ela ficou possuída de um medo muito grande. Ela fechou a porta com força, e fugiu dali. O pavor que ela sentiu não diminuía, e qualquer coisa que fizesse, o seu coração batia descompassadamente e não havia como acalmá-lo, o ouro permanecia revestindo o seu dedo, e não saía de jeito nenhum, mesmo que ela esfregasse bem forte e o lavasse bastante.
 
Pouco tempo depois a Virgem Maria retornou de viagem. Ela chamou a garota diante dela, e pediu para que a garota devolvesse as chaves do céu. Quando a menina havia lhe dado o molho de chaves, a Virgem olhou os olhos dela e perguntou:
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Comia as castanhas como alimento no inverno, e quando a neve e o gelo chegaram, ela se arrastava por entre as folhas como animal abandonado para que não morresse congelada. Não se passou muito tempo e suas roupas estavam todas rasgadas, e um pedacinho após o outro foram caindo aos poucos. No entanto, assim que o sol voltava a brilhar e a aquecer, ela saía e ficava sentada em frente da árvore, e os seus cabelos cobriram todo o seu corpo como se fosse uma manta.
 
Assim[[Ficheiro:InicialA.svg|left|100px]]ssim ela ficou, ano após ano, e sentia a dor e a desgraça do mundo. Um dia, quando as árvores se vestiram novamente de folhas verdes e frescas, o rei daquele país estava caçando na floresta, e seguia um cabrito montês, e como o cabrito havia se refugiado numa clareira que se abrira num pedaço da floresta, ele desceu do cavalo, e foi arrancando o mato, e abria caminho com a sua espada. Quando finalmente ele chegou do outro lado, o rei viu uma garota maravilhosamente linda sentada debaixo da árvore, e ela estava sentada lá e estava inteiramente coberta com seus cabelos dourados até os pés.
 
Ele ficou parado e olhou para ela todo admirado, então, ele falou com ela e disse:
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— “Não, eu não abri a porta probida.” Então, a Virgem fez com que ela descesse à Terra mais uma vez, e tomou dela também o seu terceiro filho.
 
Na[[Ficheiro:InicialN.svg|left|100px]]a manhã seguinte, quando o desaparecimento da menina corria por toda parte, as pessoas gritavam em voz alta,
 
— “A rainha come carne humana! Ela precisa ser julgada,” e o rei não conseguia mais controlar os seus conselheiros. Então, um tribunal foi formado, e como ela não podia responder, e nem se defender, ela foi condenada a ser queimada viva.