Eu (Augusto dos Anjos, 1912)/Vencido: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Arrumei as estrofes de modo a ficar condizente com o texto original.
Giro720 (discussão | contribs)
mSem resumo de edição
Linha 1:
{{navegar
|obra={{PAGENAME}}Vencido
|autor=Augusto dos Anjos
}}
 
<poem>
No auge de atordoadora e ávida sanha <br />
Leu tudo, desde o mais prístino mito, <br />
Por exemplo: o do boi Ápis do Egito <br />
Ao velho Niebelungen da Alemanha.<br />
<br />
 
Acometido de uma febre estranha<br />
Sem o escândalo fônico de um grito,<br />
Mergulhou a cabeça no Infinito,<br />
Arrancou os cabelos na montanha!<br />
<br />
 
Desceu depois à gleba mais bastarda, <br />
Pondo a áurea insígnia heráldica da farda <br />
À vontade do vômito plebeu...<br />
<br />
 
E ao vir-lhe o cuspo diário à boca fria<br />
O vencido pensava que cuspia<br />
Na célula infeliz de onde nasceu.<br />
</poem>
''([[Eu (Augusto dos Anjos)|Eu]], 41)''