Autor:Francisco de Borja Garção Stockler: diferenças entre revisões

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|Datas=Lisboa, Portugal, 25 de Setembro de 1759 — Faro, Portugal, 6 de Março de 1829
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| Wikipedia = Francisco de Borja Garção Stockler
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| Wikicommons = Francisco de Borja Garção Stockler}}
| MiscBio = Nobre, militar e administrador colonial português; primeiro e único '''barão da Vila da Praia'''.
 
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'''Francisco de Borja Garção Stockler''' ([[Lisboa]], [[25 de Setembro]] de [[1759]] — [[Faro]], [[6 de Março]] de [[1829]]) foi um [[nobreza|nobre]], [[militar]] e administrador colonial português. Primeiro e único '''barão da Vila da Praia''', alcançou o posto de tenente-general do [[Exército Português]], 8.º [[capitão-general]] dos [[Açores]], político e matemático de nomeada. Foi um dos pioneiros do cálculo diferencial e um dos mais notáveis historiadores da [[Matemática]] em [[Portugal]], autor de uma obra que ainda mantém relevância quase dois séculos após a sua publicação. Demonstrando grande erudição, também se dedicou à poesia e à literatura.
 
Francisco de Borja Garção Stockler era filho de Cristiano Stockler, grande comerciante, natural de Lisboa, cavaleiro da [[Ordem de Cristo]], e de sua mulher, D. Margarida Joséfa Rita de Orgiens Garção de Carvalho. Era neto paterno de Christian Stockler, natural de [[Hamburgo]], homem de negócios estabelecido em Lisboa nos princípios do século XVIII onde representava os interesses de comerciantes das antigas cidades [[Hansa|hanseáticas]].
 
Garção Stockler casou, a [[3 de Janeiro]] de [[1796]], com D. Inês Gertrudes de Mendonça e Moura, filha de D. João Francisco de Moura, cavaleiro da [[Ordem de Cristo]] e escrivão da Mesa Grande da Alfândega de Lisboa, e de sua mulher, D. Ana Catarina da Silva e Távora, de quem teve vários filhos. Tendo esta falecido em [[1835]], casou com D. Maria Margarida Stockler, sua sobrinha, filha de António Xavier Sotckler, e de sua mulher D. Rita Inácia de Brito Lambert, não havendo descendência deste casamento.
 
Ao longo da sua carreira Garção Stockler, apesar das inimizades e do período conturbado em que viveu, coincidente com as invasões francesas e com o dealbar do liberalismo, granjeou um impressionante acervo de títulos e cargos: fidalgo cavaleiro da Casa Real; do conselho de el-rei D. João VI, comendador da Ordem de Cristo, tenente general do exército, secretário e conselheiro do Conselho Ultramarino, governador do Algarve, governador e capitão general dos [[Açores]]; Secretário das Imediatas Resoluções do Rei relativas ao Exército; membro da Junta do Código Criminal Militar e da Junta convocada para a formação do projecto da [[Carta Constitucional]] em [[1823]]; lente de matemática na [[Academia Real de Marinha]]; deputado da Junta de Direcção da [[Academia Militar do Rio de Janeiro]], secretário da [[Academia Real das Ciências de Lisboa]] e sócio da [[Royal Society|Sociedade Real de Londres]], para além de outras honras e cargos.
 
Por decreto de [[29 de Setembro]] de [[1823]], de D. [[João VI de Portugal|João VI]], rei de Portugal, Francisco de Borja Garção Stockler foi feito '''barão da Vila da Praia''' em reconhecimento do seu desempenho enquanto governador e [[capitão-general]] dos [[Açores]]. O título foi concedido por uma vida, tendo sido seu único titular.
 
O tenente-general Francisco de Borja Garção Stockler, 1.º [[barão da Vila da Praia]], faleceu no [[Algarve]]. Aquando da sua morte Stockler exercia o cargo de Governador das Armas do Algarve, nomeado por D. [[Miguel I de Portugal|Miguel I]].
==Publicações==
Garção Stockler é autor de uma volumosa obra que cobre temas de matemática, área em granjeou fama que lhe permitiu ser nomeado sócio correspondente da selecta [[Royal Society]] de Londres, de história do pensamento e de política. Nesta última área desenvolveu acesas polémicas, publicando numerosos textos auto-justificativos, alguns sob pseudónimo, outros em nome de seu filho António Nicolau de Moura Stockler. Dada a conotação absolutista de Stockler, após a implantação do liberalismo a sua obra foi em larga medida vilipendiada e votada ao esquecimentos, com excepção do ''Ensaio histórico sobre a origem e progressos das matemáticas em Portugal'', entretanto recuperado e hoje bastas vezes citado. A obra, em boa parte dispersa, pese embora a edição dos dois volumes da ''Obra Completa'', merece estudo e reedição, depois de ordenada e contextualizada.
*Matemática:
**''Compêndio da teoria dos limites, ou introdução ao método das fluxões'', Lisboa, 1794;
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**''Demonstração do teorema de Newton sobre a soma das potencias das raízes das equações'';
**''Lettre a Mr. le Redacteur du "Monthly Review"'' ou ''Réponse aux objections qu'on a faites dans ce journal à la methode des limites des fluxions hypothétiques'', Londres, 1800;
**''Carta a [[Anton Felkel]] acerca do seu método para determinar os factores dos números naturais'';
**''Memória sobre as equações de condição das funções fluxionais'';
**''Lição duodécima dos elementos de Geometria, a qual tem por título das correlações que existem entre as operações elementares da technia geométrica e da technia algébrica'', Lisboa, 1819;
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**''Ensaio histórico sobre a origem e progressos das matemáticas em Portugal'', Paris, Oficina de P. N. Rougeron, 1819 ([VII], 168, [1] p. ; 21 cm).
*Poesia e literatura:
**''Breve notícia da vida e obras de Francisco Dias Gomes'', inserta como prefácio das ''Obras Poéticas'' de [[Francisco Dias Gomes]], publicadas Academia Real das Ciências de Lisboa;
**''Poesias lyricas'', um volume de 18 odes horacianas, 12 salmos traduzidos, 2 epístolas e um canto dum poema filosófico, as ''Aves'', que fora principiado pelo poeta brasileiro [[Sousa Caldas]], mas que Stockler refundiu e aumentou;
**''Anotações e aditamentos às obras do Padre [[António Pereira de Sousa Caldas]]'', impressas em Londres.
*Ensaio, polémica e política:
**''Obras Completas'', volume I, Lisboa, 1805;
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[[Categoria:Naturais de Lisboa]]
[[Categoria:Matemáticos de Portugal]]
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[[Categoria:Miguelistas]]
 
[[en:Francisco de Borja Garção Stockler]]