Contos de Grimm/Pele de urso: diferenças entre revisões

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|obra=[[Contos de Grimm]]<BR>
|autor=Irmãos Grimm
|anterior=[[Contos de Grimm/O fuliginoso irmão do diabo |100 – O fuliginoso irmão do diabo]]
|posterior=[[Contos de Grimm/O rouxinol do salgueiro e o urso|102 – O rouxinol do salgueiro e o urso]]
|seção= 101 – Pele de urso
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[[Ficheiro:InicialH.svg|left|100px]]á muito, muito tempo atrás, havia um jovem que se alistou como soldado, e era sempre o primeiro a avançar quando se tratava de chuvas de balas. Enquanto durou a guerra, tudo lhe correu às mil maravilhas; mas assim que se a paz foi assinada, ele foi demitido, e o comandante disse para que ele fosse onde desejasse. Seus pais haviam morrido, e portanto, ele não tinha mais casa, então, ele voltou para a casa de seus irmãos, e pediu para que eles o aceitassem, e ficasse com eles até a próxima guerra.
 
Os irmãos dele todavia, eram duros de coração e disseram: — “O que você poderia fazer aqui? você não tem utilidade para nós, vá e viva a sua própria vida.” O soldado não possuía nada além de uma carabina, ele a colocou no ombro, e partiu para o mundo. E chegou a um grande matagal, onde não conseguia enxergar nada além de um pequeno círculo de árvores, e debaixo destas árvores ele se sentou triste, e começou a pensar no seu destino.
 
— “Não tenho dinheiro,” pensou ele, “não tenho profissão, só sei lutar, e agora que só existe paz, eles não precisam mais de mim, então, já estou pressentindo que vou morrer de fome.”
 
De repente ele ouviu um barulho, e quando ele olhou em volta, uma figura estranha estava diante dele, a criatura usava um casaco verde, tinha um olhar imponente, mas tinha pés rachados que nem de cabra o qual ela ocultava.
 
— “Eu sei o que você está precisando,” disse o homem, “ouro e muitas riquezas é o que você terá, tanto quanto você desejar, mas primeiro é necessario que você não seja medroso, para que eu não aplique em vão o meu dinheiro.”
 
— “Soldado e covardia, — como estas coisas podem andar juntas?” perguntou o soldado, “podes me colocar a prova.”
 
— “Muito bem, então,“ respondeu o desconhecido, “olhe atrás de você.” O soldado se virou, e viu um urso enorme, que vinha rosnando atrás dele.
 
— “Uau,“ exclamou o soldado, “espera aí que vou dar uma coçadinha no teu nariz, até que você perca a vontade de rosnar,” e foi em direção ao urso e deu um tiro bem no meio do focinho, ele caiu e nunca mais voltou a se mexer.
 
— “Está provado que não te falta coragem!,” disse o desconhecido, “mas falta ainda outra condição que deves satisfazer.”
 
— “Desde que isso não ponha em risco a minha vida,” respondeu o soldado, que sabia muito bem diante de quem ele estava.
 
— “Se a tua vida correr perigo, não serei responsabilizado por isso. Tu deverás fazer tudo sozinho.”, respondeu o homem de casaco verde, que disse “nos próximos sete anos, não deverás tomar banho, nem pentear a tua barba, nem o teu cabelo, nem cortar as tuas unhas, nem rezar o padre nosso.”
 
— “Eu te darei um casaco e uma capa, os quais deverás usar. Se morreres durante estes sete anos, cairás em meu poder; se, pelo contrario, viveres além desse tempo, conquistarás a liberdade e serás rico o resto de teus dias.” O soldado pensou no abandono extremo em que ele se encontrava agora, mas que tantas vezes havia enfrentado a morte, que ele decidiu correr novamente esse risco, e aceitou o convite. O diabo tirou o seu casaco verde, e entregou para o soldado, e disse:
 
— “Enquanto estiveres usando este casaco na tua costa, e colocares as mãos dentro do bolso, sempre os encontrarás cheios de dinheiro.” Então, ele arrancou a pele do urso e disse:
 
— “Esta será a tua capa, e a tua cama também, pois nela dormirás, e não farás uso de nenhuma outra cama, e por causa desta roupa você será chamado a partir de agora de Pele de Urso.” Dito isto, o diabo desapareceu.
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Quando Pele de Urso estava sentado à noite, e desejava do fundo do coração que os sete anos houvessem se passado, ele ouviu queixas e lamentações que vinham de um quarto anexo. Como ele tinha bom coração, ele abriu a porta, e viu que um velhinho chorava amargamente, e até punha as mãos na cabeça. Pele de Urso se aproximou, mas o homem saiu correndo e tentou escapar dele. Finalmente, quando o homem percebeu que Pele de Urso tinha voz humana, ficou mais tranquilo, e conversando amigavelmente, Pele de Urso conseguiu que o velhinho lhe revelasse a causa de sua tristeza.
 
Os seus recursos estavam minguando a olhos vistos, ele e as suas filhas começariam a passar fome, e ele era tão pobre que não conseguia pagar o estalajadeiro, e por isso ele seria preso.
 
— “Se o seu problema for somente esse,” disse Pele de Urso, “fique tranquilo, eu tenho muito dinheiro.”
 
E mandou que o estalajadeiro fosse trazido até ali, pagou o que o velhinho lhe devia, e pôs ainda uma bolsa cheia de dinheiro dentro do bolso do velhinho.
 
Quando o velhinho se viu livre de todos os seus problemas, ele não tinha palavras para agradecer.
 
— “Venha comigo,” disse ela a Pele de Urso, “as minhas filhas são verdadeiras maravilhas da natureza, escolha uma delas para ti como esposa.” Quando elas souberem o que você fez por mim, elas não irão te rejeitar.”
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— “A princípio você parece estranho, mas elas saberão dar um jeito na sua aparência de novo.” Isto agradou muito ao Pele de Urso, e ele foi.
 
[[Ficheiro:InicialQ.svg|left|100px]]uando a filha mais velha o viu, ela ficou muito assustada, com o aspecto dele, e ela gritou e fugiu dele. A segunda ficou parada e o media da cabeça aos pés, mas, então, ela disse:
 
— “Como é que eu posso aceitar um marido que não tem mais a forma humana e que parece um bicho?” O urso pelado que passou por aqui uma vez e que tinha feições humanas me agradava muito mais, pois, de qualquer jeito ele usava roupas e luvas de um hussardo<ref>Hussardo: cavaleiro húngaro, soldado da cavalaria ligeira da Alemanha e da França.</ref>. Se ele fosse apenas feio eu me acostumaria com isso.”
 
Porém, a mais jovem disse,
 
— “Querido pai, ele deve ser um bom homem por tê-lo ajudado a resolver os teus problemas, portanto, se você prometeu que daria uma noiva para ele, a sua promessa deve ser cumprida.” Era uma pena que o rosto de Pele de Urso estivesse coberto de sujeira e de pelos, pois se não estivesse, elas teriam visto como ele ficou feliz ao ouvir estas palavras.
 
Ele tirou o anel do dedo, dividiu o anel em dois, e deu a ela a metade, e a outra ele guardou para si. Ele escreveu seu nome, todavia, na metade que ficou com ela, e o nome dela, na metade que guardou para ele, e pediu para que ela guardasse com cuidado a metade dela, e então, ele pediu licença e saiu:
 
— “Eu tenho de perambular por três anos ainda, e depois disso, se eu não retornar, estarás livre, pois eu estarei morto. Mas ore a Deus para que Ele preserve a minha vida.”
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A pobre noiva prometida se vestiu inteiramente de preto, e quando ela pensava no seu futuro noivo, os seus olhos se enchiam de lágrimas. As suas irmãs somente a desprezavam e zombavam dela:
 
— “Cuidado,” dizia a mais velha, ”se você der a mão pra ele, ele vai machucar você com as suas garras.”
 
— “Seja esperta,” dizia a segunda, “ursos gostam de doces, se ele simpatizar com você, ele vai devorar você inteirinha.”
 
— “Deves fazer tudo que ele mandar,” começou a mais velha novamente, “ou então, ele vai começar a rosnar.” E a segunda aproveitou e disse:
 
— “Mas vocês serão felizes no casamento, porque os ursos gostam de dançar.” A noiva ficava em silêncio, e não permitia que as suas irmãs a entediassem. Pele de Urso, todavia, viajava pelo mundo de um lugar para outro, fazia o bem quando lhe era possível, e gostava de fazer doações aos pobres para que eles pudem orar por ele.
 
[[Ficheiro:InicialF.svg|left|100px]]inalmente, quando raiou o último dia dos sete anos, ele tirou a capa mais uma vez, e se sentou debaixo do círculo de árvores. Não demorou muito e o vento começou a assobiar forte, e o tinhoso apareceu diante dele, e olhava furioso para ele, então, ele jogou o seu casaco velho para o Pele de Urso, e pediu o seu manto verde de volta.
 
— “Nunca chegamos tão longe em nosso acordo,” falou Pele de Urso, ‘‘tu deves me limpar primeiro.” Se o filho do cão gostava ou não, ele foi obrigado a buscar água, e a lavar o Pele de Urso, pentear seu cabelo, e cortar suas unhas. Depois disto, ele ficou parecendo um soldado valente, e estava muito mais bonito do que havia estado antes.
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— “Eu sou o teu noivo prometido, a quem conhecestes como Pele de Urso, mas, com a graça de Deus a forma humana me foi restituída, e mais uma vez estou limpo de novo.”
 
Ele foi até ela, abraçou—a, e deu—lhe um beijo. Enquanto isso, as duas irmãs voltaram todas enfeitadas e quando elas viram que o belo homem já estava comprometido com a irmã mais jovem, e souberam que ele era o Pele de Urso, fugiram tomadas de ódio e furiosas. Uma delas se atirou no poço, e a outra se enforcou na árvore. À noite, alguém bateu à porta, e quando o noivo a abriu, viu que era o diabo em seu casaco verde, que disse:
 
— “Veja você, que eu perdi a tua alma, mas, em compensação consegui duas!”
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[[en:Grimm's Household Tales, Volume 2/Bearskin]]
[[eo:Elektitaj fabeloj de la Fratoj Grimm/Ursa felo]]
[[de:Der Bärenhäuter (1857)]]
[[ru:Медвежатник (Гримм/Полевой)]]
 
== Notas de Rodapé ==
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[[Categoria:Contos de Grimm]]
 
[[de:Der Bärenhäuter (1857)]]
[[en:Grimm's Household Tales, Volume 2/Bearskin]]
[[eo:Elektitaj fabeloj de la Fratoj Grimm/Ursa felo]]
[[ru:Медвежатник (Гримм/Полевой)]]
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