Mestre, são plácidas: diferenças entre revisões

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|obra = Mestre
|autor = Ricardo Reis
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</poem>Mestre, são plácidas
<poem>
Mestre, são plácidas
Todas as horas
Que nós perdemos,
Se no perdê-las,
Qual numa jarra,
Nós pomos flores
 
Não há tristezas
</poem>Todas as horas
Nem alegrias
<poem>
Na nossa vida.
Assim saibamos,
Sábios incautos
Não a viver,
 
Mas decorrê-la,
</poem>Que nós perdemos,
Tranquilos,plácidos,
<poem>
Tendo as crianças
Por nossas mestras,
E os olhos cheios
De Natureza...
 
À beira-rio
</poem>Se no perdê-las,
À beira-estrada
<poem>
Conforme calha,
Sempre no mesmo
Leve descanso
De estar vivendo
 
O Tempo passa,
</poem>Qual numa jarra,
Não nos diz nada.
<poem>
Envelhecemos.
Saibamos, quasi
Maliciosos,
Sentir-nos ir.
 
Não vale a pena
</poem>Nós pomos flores
Fazer um gesto.
Não se resiste
Ao deus atroz
Que os próprios filhos
Devora sempre.
 
Colhamos flores.
Molhemos leves
As nossas mãos
Nos rios calmos,
Para aprendermos
Calma também.
 
Girassóis sempre
<poem>
Fitando o sol,
Da vida iremos
Tranquilos, tendo
Nem o remorso
De ter vivido.
</poem>
 
{{d|12-6-1914}}
</poem>Não há tristezas
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</poem>De Natureza...
 
 
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</poem>À beira-rio
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</poem>À beira-estrada
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</poem>Conforme calha,
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</poem>Sempre no mesmo
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</poem>Leve descanso
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</poem>De estar vivendo
 
 
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</poem>O Tempo passa,
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</poem>Não nos diz nada.
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</poem>Envelhecemos.
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</poem>Saibamos, quasi
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</poem>Maliciosos,
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</poem>Sentir-nos ir.
 
 
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</poem>Não vale a pena
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</poem>Fazer um gesto.
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</poem>Não se resiste
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</poem>Ao deus atroz
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</poem>Que os próprios filhos
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</poem>Devora sempre.
 
 
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</poem>Colhamos flores.
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</poem>Molhemos leves
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</poem>As nossas mãos
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</poem>Nos rios calmos,
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</poem>Para aprendermos
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</poem>Calma também.
 
 
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</poem>Girassóis sempre
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</poem>Da vida iremos
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</poem>Nem o remorso
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[[Categoria:1914]]
</poem>De ter vivido.
[[Categoria:Ricardo Reis]]
[[Categoria:Poesia portuguesa]]