Iracema/VIII: diferenças entre revisões

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A alvorada abriu o dia e os olhos do guerreiro branco. A luz da manhã dissipou os sonhos da noite, e arrancou de sua alma a lembrança do que sonhara. Ficou apenas um vago sentir, como fica na mouta o perfume da flor que o vento da serra desfolha na madrugada.
 
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Esta palavra foi como um sopro de tormenta. A cabeça do mancebo vergou e pendeu sobre o peito; mas logo se ergueu.
 
&mdash; Os guerreiros de meu sangue trazem a morte consigo, filha dos tabajaras. Não a temem para si, não a poupam para o inimigo. Mas nunca fora do combate eles deixarão aberto o camucim<ref>Vaso onde encerravam os indígenas os corpos dos mortos e lhes servia de túmulo; outros dizem ''camotim'', e talvez com melhor ortografia, porque, se não me engano, o nome é corrupção da frase ''co'' &mdash; buraco, ''ambira'' &mdash; defunto, ''anhotim'' &mdash; enterrar; buraco para enterrar o defunto: ''c´ am´ otim''. O nome dava-se também a qualquer pote. [N. A.]</ref> da virgem na taba de seu hóspede. A verdade falou pela boca de Iracema. O estrangeiro deve abandonar os campos dos tabajaras.
 
&mdash; Deve: respondeu a virgem como um eco.
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Depois a sua voz suspirou:
 
&mdash; O mel dos lábios de Iracema é como o favo que a abelha fabrica no tronco da andiroba<ref>''Guabiroba'' &mdash; Deve ler-se ''Andiroba''. Árvore que dá um azeite amargo. [N. A.]</ref>: tem na doçura o veneno. A virgem dos olhos azuis e dos cabelos do sol<ref>Em tupi ''guaraciaba''. Assim, chamavam os indígenas aos europeus que tinham os cabelos louros. [N. A.]</ref> guarda para seu guerreiro na taba dos brancos o mel da açucena.
 
Martim afastou-se rápido; mas voltou lentamente. A palavra tremia em seu lábio:
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O estrangeiro entrou só na cabana.
 
== Notas ==
<references />
[[Categoria:Iracema]]