Iracema/IX: diferenças entre revisões

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O sono da manhã pousava nos olhos do Pajé como névoas de bonança pairam ao romper do dia sobre as profundas cavernas da montanha. '
 
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— O Pajé dorme porque já Tupã voltou o rosto para a terra e a luz correu os maus espíritos da treva. Mas o sono é leve nos olhos de Araquém, como o fumo do sapé no cocuruto da serra. Se o estrangeiro veio para o Pajé, fale; seu ouvido escuta.
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— O estrangeiro veio, para te anunciar que parte.
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Martim esperava na porta da cabana. A virgem veio a ele:
 
— Guerreiro, que levas o sono de meus olhos,
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leva a minha rede também. Quando nela dormites, falem em tua alma os sonhos de Iracema.
 
— Tua rede, virgem dos tabajaras, será minha companheira no deserto: venha embora o vento frio da noite, ela guardará para o estrangeiro o calor e o perfume do seio de Iracema.
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— Bem-ido seja o hóspede, como foi bem-vindo à cabana de Araquém.
 
O velho andou até à porta para soltar ao vento uma
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espessa baforada de tabaco; quando o fumo se dissipou no ar, ele murmurou:
 
— Jurupari se esconda para deixar passar o hóspede do Pajé. Araquém voltou à rede e dormiu de novo. O mancebo tomou as armas que chegando, suspendera às varas da cabana, e dispôs-se a partir.
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Caubi avançado sempre, sumira-se entre a densa ramagem.
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O seio da filha de Araquém arfou, como o esto da vaga que se franja de espuma e soluça. Mas sua alma, negra de tristura, teve ainda um pálido reflexo para iluminar a seca flor das faces. Assim em noite escura vem um fogo-fátuo luzir nas brancas areias do tabuleiro.