O Crime do Padre Amaro/III: diferenças entre revisões

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Amaro Vieira nascera em Lisboa em casa da senhora marquesa de Alegros. Seu pai era criado do marquês; a mãe era criada de quarto; quase uma amiga da senhora marquesa. Amaro conservava ainda um livro, o Menino das Selvas, com bárbaras imagens coloridas que tinha escrito na primeira página branca: ''À minha muito estimada criada Joana Vieira e verdadeira amiga que sempre tem sido, — Marquesa de Alegros''. Possuía também um ''dagtterreótipo'' de sua mãe: era uma mulher forte, de sobrancelhas cerradas, a boca larga e sensualmente fendida, e uma cor ardente. O pai de Amaro tinha morrido de apoplexia; e a mãe, que fora sempre tão sã, sucumbiu, daí a um ano, a uma tísica de laringe. Amaro completara então seis anos. Tinha uma irmã mais velha que desde pequena vivia com a avó em Coimbra, e um tio, merceeiro abastado do bairro da Estrela. Mas a senhora marquesa ganhara amizade a Amaro; conservou-o em sua casa, por uma adoção tácita: e começou, com grandes escrúpulos, a vigiar a sua educação.
 
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Um dia, ao amanhecer, depois de grandes abraços da tia, partiu para Santa Apolônia, com um [[wikt:galego|galego]] que lhe levava o baú. A madrugada rompia. A cidade estava silenciosa, os candeeiros apagavam-se. Às vezes, uma carroça passava rolando, abalando a calçada; as ruas pareciam-lhe intermináveis; saloios começavam a chegar montados nos seus burros, com as pernas balouçadas, cobertas de altas botas enlameadas; numa ou noutra rua uma voz aguda já apregoava os jornais; e os moços dos teatros corriam com o pote da massa, pregando nas esquinas os cartazes.
 
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Quando chegou a Santa Apolônia a claridade do sol alaranjava o ar por detrás dos montes da Outra Banda; o rio estendia-se, imóvel, riscado de correntes de cor de aço sem lustre; e já alguma vela de falua passava, vagarosa e branca.
 
== Notas ==
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Quando chegou a Santa Apolônia a claridade do sol alaranjava o ar por detrás dos montes da Outra Banda; o rio estendia-se, imóvel, riscado de correntes de cor de aço sem lustre; e já alguma vela de falua passava, vagarosa e branca.
[[Categoria:O Crime do Padre Amaro]]