Encarnação (José de Alencar)/V: diferenças entre revisões

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}}[[Categoria:Encarnação (José de Alencar)|Capítulo 05]]
 
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Em meio da partida, quando servia-se o chá, Amália com um aceno do leque indicou a Henrique
Teixeira uma cadeira que vagara a seu lado.
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-- Dá-me o desejo de fazer acerca dele, e acerca dessa vida íntima que não pode ser profanada, as
mais extravagantes suposições.
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-- Esta razão me decide.
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foi buscar-me a bordo. Chegamos a São Clemente pela manhã; e depois do banho clássico, nos reunimos em
uma sala, que fazia parte dos aposentos da mulher e onde esta mais assistia. Notei então que ele, algumas vezes,
distraidamente, voltava-se para o sofá, permanecia por momentos
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com os olhos fitos na almofada de veludo a
que habitualmente se recostava D. Julieta.
 
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-- Essas recordações eram puramente cacoetes de viúvo.
 
-- Vai ver. Pouco depois o Abreu chamou-nos
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para o almoço. Carlos tomou o seu lugar do costume; eu
sentei-me defronte e notei logo que havia um talher em frente à cadeira de honra, outrora ocupada pela dona da
casa. Tínhamos pois uma terceira pessoa; talvez alguma velha parenta de Carlos.
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-- Ao jantar reproduziram-se todas estas circunstâncias que referi. A cadeira continuou vazia, sem a
menor observação do dono da casa, e o talher de estado foi ainda servido duas ou três vezes. Cresceu, porém, a
minha surpresa, quando na ocasião de tomarmos café, Carlos, continuando a conversa, proferiu o nome da
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o nome da
mulher, mas de modo que parecia indicar a sua presença.
 
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-- É poético e sublime, não se pode negar.
-- Os aposentos particulares de D. Julieta estão da mesma forma por que ela os deixou. Não há ali a
menor mudança; os mesmos trastes, os
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mesmos objetos, e cada um como ela os colocara. Ninguém ali penetra
senão Carlos e o Abreu. Esse criado velho adorava a menina, que ele trouxe nos braços desde o dia de seu
nascimento. Também para ele, a dona da casa ainda vive, e governa o interior.
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--Só não as têm os materialistas, aqueles para quem Deus é um absurdo, a pátria e a família uma
comandita; gente que reduz a inteligência a um pouco de fósforo, e a virtude a uma convenção. Esses vivem
fisicamente; são corpos que
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se transformam. Nós, porém, que nos remontamos à nossa origem divina, todos
temos nossas abusões.
 
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-- Com os olhos d?alma. O corpo nada é e nada era para ele. Desde o momento em que D. Julieta
morreu, ele a abandonou como um objeto indiferente,
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e não teve o menor desejo de vê-la. Isso observei eu.
 
-- Em todo caso, doutor, para fazer-lhe a vontade, convenho em que seu amigo será um homem de