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[[Categoria:Encarnação (José de Alencar)|Capítulo 12]]
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Guiado pelo aceno de D Felícia, Hermano dirigia-se ao gabinete do Sr. Veiga, que tinha por costume fazer diariamente a sua caixa particular antes do chá.
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Amália, para esquivar-se à curiosidade geral que lhe interrogava a atitude e a expressão da fisionomia, fora sentar-se ao piano; e tocava com um brio nervoso. para dissimular na agitação do exercício musical e na excitação da fadiga os sobressaltos involuntários bem como os rubores que lhe abrasavam as faces e o colo.
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Pelo seu gosto se teria retirado da sala; mas Hermano devia ressentir-se dessa ausência, e ela mesma não podia privar-se da sua presença pelo resto da noite. Sair para voltar depois da decisão era expor-se ainda mais ao reparo.
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Fora tal a surpresa, que ninguém, nem D. Felícia, tivera a presença de espírito necessária para fazer a menor observação. Não havia para este fato senão uma interpretação: e foi a que todos lhe deram imediatamente, apesar de a considerarem inadmissível. Hermano tinha sofrido uma repulsa do Sr. Veiga.
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Mas como era isso possível, sabia-se do desejo que tinha o capitalista de casar a filha; e dos avanços que a família fazia ao pretendente, e tão a contento da moça?.
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Para não perder o trabalho começado, e usando já da liberdade de futuro sogro; pediu ao hóspede o favor de esperar um instante, dois minutos, enquanto fechava a conta.
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Mal sabia ele que estes dois minutos iam decidir da felicidade da filha.
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Hermano falou um quarto de hora sobre Paris e Londres sem consciência do que dizia; o Sr Veiga ainda absorvido nas suas parcelas de caixa não lhe prestou a menor atenção; e assim terminaram a entrevista.
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Os convidados compreenderam a conveniência de retirarem-se mais cedo; o que, porem os decidiu a usar dessa atenção foi o desejo de espalharem logo, naquela mesma noite, a noticia do rompimento, pois outra coisa não era o que se acabava de pensar.
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— Não te faltam maridos.
Amália, durante as suas breves relações com
==[[Página:Encarnação.djvu/104]]== Hermano, costumava à tarde sentar-se no jardim, em um caramanchão que ficava perto da grade, mas oculto pelas trepadeiras. Ali viam-se de passagem, conversavam um instante, e separavam-se para de novo reunirem-se à noite na sala. Passados os primeiros dias depois do rompimento, a moça tornou a esse hábito, talvez na esperança de que ele facilitasse a aproximação de Hermano. Ela adivinhara a razão que havia determinado a súbita mudança do amante; mas queria ouvi-la de seus lábios.
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— Por quê?.
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Hermano concentrou-se um momento.
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— Adeus, Hermano.
— Amália!... Talvez.—
==[[Página:Encarnação.djvu/106]]== Não façamos do nosso amor um galanteio de sala. Já esqueceu Julieta e poderia esquecê-la nunca?. Hermano não respondeu.
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