Encarnação (José de Alencar)/XXI: diferenças entre revisões

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[[Categoria:Encarnação (José de Alencar)|Capítulo 21]]
 
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Cinco anos permaneceram em abandono as ruínas da casa incendiada. Um ilhéu que alugara a horta para negócio, tratava da chácara.
 
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Em frente a eles ficava uma gentil menina de quatro anos, na qual reproduzia-se como em uma miniatura a beleza da senhora, porém, com certo contraste de fisionomia Tinha as feições da mãe, os mesmos traços, a mesma expressão; mas os cabelos e os olhos eram castanhos, e não louros.
 
Um criado velho, que vinha ao lado do cocheiro saltara do
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carro e abrira o portão, enquanto o cavalheiro apeava-se com a família.
 
— Espera-nos aqui, Abreu, disse a senhora entregando a filha ao criado, e não deixe Julieta apanhar sol.
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Como para confirmar a sua asseveração, Hermano começou a recordar as reminiscências dos dias que ali vivera com Amália, apontando os menores incidentes e os lugares da casa em que tinham ocorrido.
 
Amália respirou do soçobro em que trazia a alma e que debalde tentava abafar. A casa, que a memória de Julieta
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enchia antigamente, agora não era mais povoada senão de sua lembrança.
 
Daí passaram à chácara e percorreram os sítios, em que tão viva era para Hermano a presença de sua primeira mulher. Essas recordações primitivas tinham sido apagadas pelas outras recordações mais recentes de seu amor por Amália.
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Amália conchegou se, e apoiando o rosto na espádua do marido começou a sussurrar-lhe ao ouvido, cobrindo a face com a mão para esconder o rubor:
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— Tu me deixaste no baile... Eu tive um pressentimento cruel e corri... Felizmente ainda encontrei-te; estavas na sala em pé. Foi talvez o rumor de meus passos que te perturbou Eu prendi-te nos meus braços com receio que me fugisses. Tu me contaste tudo Querias morrer para não ser infiel a Julieta e tinhas preparado o incêndio que devia consumir o teu corpo, e a imagem daquela que h amavas. Eu também devia morrer, e consumir-me contigo. Foi então que nossos lábios se tocaram. Tu me pertencias. e eu salvei-te para o meu amor. Era preciso arrancar-te desta casa; quando partimos, sem que nos vissem deixei nela o incêndio que a devorou Depois partimos para a Europa e....
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— Esta manhã, vendo ao longe, de bordo do vapor a praia de Botafogo, tive medo, e por isso trouxe-te aqui apenas desembarcamos. Se estes lugares ainda conservassem para ti alguma sombra do passado, partiríamos hoje mesmo para Montevidéu, para qualquer parte do mundo, onde a tua felicidade não corresse perigo Mas estou tranqüila podemos reconstruir a nossa casa e viver aqui, onde nasceu o nosso amor.
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— De tudo isto só uma coisa não compreendo. disse Hermano.
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— É verdade!
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