Página:Obras completas de Luis de Camões II (1843).djvu/400: diferenças entre revisões
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Tomei a triste pena |
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Ja de desesperado |
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<div align="right">Tomei a triste penaJa de desesperadoDe vos lembrar as muitas que padeço;Vendo que me condenaA ficar eu culpadoO mal que me tratais, e o que mereço.Confesso que conheçoQu'em parte a causa deiAo mal em que me vejo,Pois sempre o meu desejoA tão largas promessas entreguei;Mas não tive suspeitaQue seguisseis tenção tão imperfeita. S'em vosso esquecimentoTão condemnado estou,Como os sinaes demostrão, que mostrais;Neste vivo tormento,Lembranças mais não douQue as que desta razão tomar queirais:Olhae que me trataisAssi de dia em diaCom vossas esquivanças;E as vossas esperanças,De que vãamente ja m'enriquecia,Renovão a memoria;Pois com a ter de vós só tenho gloria. E s'isto conhecesseis{ |
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De vos lembrar as muitas que padeço; |
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Vendo que me condena |
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A ficar eu culpado |
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O mal que me tratais, e o que mereço. |
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Confesso que conheço |
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Qu'em parte a causa dei |
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Ao mal em que me vejo, |
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Pois sempre o meu desejo |
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A tão largas promessas entreguei; |
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Mas não tive suspeita |
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Que seguisseis tenção tão imperfeita. |
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S'em vosso esquecimento |
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Tão condemnado estou, |
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Como os sinaes demostrão, que mostrais; |
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Neste vivo tormento, |
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Lembranças mais não dou |
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Que as que desta razão tomar queirais: |
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Olhae que me tratais |
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Assi de dia em dia |
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Com vossas esquivanças; |
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E as vossas esperanças, |
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De que vãamente ja m'enriquecia, |
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Renovão a memoria; |
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Pois com a ter de vós só tenho gloria. |
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E s'isto conhecesseis{ |
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