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Não lhe perdoavam ser ao mesmo tempo tão rico, tão formoso, tão inteligente e tão gentilmente vadio. Além de tudo isso, como se tanto já não bastava, havia ainda para o fazer malquisto dos companheiros aquela escandalosa proteção que lhe votavam os professores, apesar da formidável impertinência do rapaz.
Em verdade a todos falava
Esta constante arrogância, levava ao supremo grau, afastou de junto dele todos os seus condiscípulos. Mas o orgulhoso não parecia impressionar-se com o isolamento a que o condenavam as suas maneiras, e, se o sentia, não deixava transparecer em nenhum dos gestos a menor sombra de desgosto.
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André fez um gesto com a cabeça, equivalente a estas palavras: "Não tem que agradecer, porque o mesmo faria por qualquer criatura".
— Se o senhor fazia parte do grupo que insultei, volveu Teobaldo, peço-lhe desculpa.
— Não fazia, respondeu o outro, dispondo-se a entregar-se de corpo e alma à sua ingrata flauta.
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Teobaldo correu a receber quem batia, e soltou logo uma exclamação de prazer:
— Oh! Você, Caetano! Como estão todos lá
Caetano, em vez de responder, pousou no chão uma cesta que trazia, e abriu os braços para o menino,
Era um homem de meia idade, alto, magro, de cabelos grisalhos, à escovinha, cara toda raspada; e tão simpático, tão bom de fisionomia, que a gente gostava dele à primeira vista.
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Caetano entrara muito criança para o serviço do avô de Teobaldo, pouco antes do nascimento do pai deste, nunca mais abandonou essa família, da qual mais adiante teremos de falar, e por onde se poderão avaliar os laços de velha amizade que ligavam aquele respeitoso criado ao neto de seu primeiro amo.
Por enquanto diremos apenas que o bom Caetano
— Mas, Caetano, que diabo veio você fazer aqui? perguntou Teobaldo. Há novidade lá por casa? Fale; Mamãe piorou?
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Quando Salustiano veio abrir-lhes a porta à hora do jantar, encontrou Teobaldo de pé, a discursar em voz alta, a gesticular vivamente, defronte do outro que, estendido na cadeira, toscanejava meio tonto.
— Então? exclamou o homem das barbas longas.
— Isto quê, ó meu cara de quebra-nozes? interrogou Teobaldo soltando-lhe uma palmada na barriga.
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E Teobaldo, com sua própria mão, meteu-lhe um doce na boca.
— Você é o diabo! considerou Salustiano, já sem nenhum sinal de austeridade. E, erguendo a garrafa à altura dos olhos:
André ao ouvir isto, começou a rir a bandeiras despregadas, o que fazia talvez pela vez primeira em sua vida.
Linha 246:
Pelo menos, o fato era tão estranho que tanto Salustiano como Teobaldo caíram também na gargalhada.
— E não é que estão ambos no gole?... disse o homem, a cheirar a boca da garrafa e, sem lhe resistir ao bom cheiro, despejou na própria o vinho que restava.
— Que tal a pinga? perguntou Teobaldo.
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