Pensar é preciso/I/O pensamento reflexivo: Sócrates, Platão, Aristóteles, Epicuro, Estoicismo e Cinismo: diferenças entre revisões

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Linha 22:
Para dar um exemplo do funcionamento do método socrático de ensinamento, praticado por perguntas e respostas, transcrevo um trecho da peça do comediógrafo grego Aristófanes, ''As Nuvens'', adaptado por Christopher Hitchens (''Deus não é grande'', pág. 237):
 
<poem>''“Um fazendeiro das vizinhanças (da escola jaine é linda de ceticismo, em Atenas) se sai com uma das habituais perguntas obtusas feitas pelos fiéis, como: se não há Zeus, quem manda a chuva para regar as plantações? Convidando o homem a utilizar sua cabeça por um segundo, Sócrates (o filósofo funciona como personagem da peça) destaca que, se Zeus pudesse fazer chover, poderia haver chuvas em céus sem nuvens. Como isso não acontece, deve ser mais sábio concluir que as nuvens são a causa da chuva. Tudo bem, diz o fazendeiro, mas então quem coloca as nuvens em posição? Certamente deve ser Zeus. Não, diz Sócrates, que explica os ventos e o calor. Bem, nesse caso, replica o velho rústico, de onde vêm os raios para punir os mentirosos e os que agem errado? Os raios, é gentilmente explicado a ele, não parecem discriminar justos e injustos. De fato, freqüentemente é noticiado que eles atingem os templos do próprio Zeus olímpico. Isso é suficiente para derrotar o fazendeiro, embora ele depois abjure sua falta de reverência e queime a escola com Sócrates dentro”.''</poem>
 
Também, pudera! O autor da peça, Aristófanes (445-386), era um rico proprietário de terras, crente reacionário e misógino. Conseqüência da postura filosófica de Sócrates era sua concepção da moral, que devia ser liberta de qualquer superstição religiosa. Ele achava que o único pecado do mundo era a ignorância, vista como a causa de todos os males. A maldade, dizia o velho mestre, não existe em si, sendo apenas o desconhecimento do que é o certo. Quando o homem comete uma atrocidade é porque ele não sabe o que está fazendo ou, melhor, ele pensa de estar fazendo a coisa certa. Efetivamente, quanto mal não se comete, pensando de fazer uma obra de bem. Hoje diríamos que de boas intenções está cheio o inferno!