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Arreda que lá vai um vate!: diferenças entre revisões

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{{navegar
|obra = Arreda que lá vai um vate!
|autor = Luís da Gama
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|notas = {{integra|poema=[[Primeiras Trovas Burlescas de Getulino]].}}
}}<poem>
|edição_override = {{edição/originais}}
Quis um pobre sandeu apatetado
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Sobre as grimpas guindar-se do Parnaso;
Empunha uma bandurra desmanchada,
E nas ancas se encaixa do Pégaso.
 
<pages index="Primeiras trovas burlescas de Getulino (1904).djvu" from=47 to=48 />
As crinas se aferrando, como doido,
No bandulho do bruto as pernas cerra;
Manquejando na prosa, em verso rengo,
Ufanoso da glória exclama e berra:
 
Ao Parnaso! Ao Parnaso subir quero!
Sonoroso anafil empunho ousado,
Para a fama elevar do sacrilégio
Com meu fofo bestunto estuporado.
 
Os gatos mostrarei fugindo aos ratos,
Vistosos frutos em arbusto peco;
Jumentos a voar, touros cantando,
E grandes tubarões nadando em seco!
 
Espanta-se o cavalo ao som da asneira,
E cuidando em si ter outro que tal,
Com saltos e corcovos desmedidos
O pateta lançou num tremedal.
 
Todo em lama, o coitado, besuntado,
A bandurra tocou destemperada,
E, por fim do descante, só ficaram
Asneiras e sandices &mdash; patacoada.
</poem>
 
[[Categoria:Luís da Gama]]
[[Categoria:Primeiras Trovas Burlescas de Getulino]]
[[Categoria:Poesia brasileira]]
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