No País dos Ianques/XV: diferenças entre revisões

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|obra=[[No País dos Ianques]]
|autor=Adolfo Caminha
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O 'Barroso" continuava no dique, em Brooklin.
 
Logo ao regressarmos de nossa viagem a Anápolis tivemos aviso para uma outra excursão não menos interessante e agradável.
 
West Point era agora o principal objeto de nossa curiosidade -— West Point, a bela povoação à margem do Hudson, onde funciona a Escola Militar. Estávamos convidados para assistir a outra festividade acadêmica -— um combate simulado entre os alunos do estabelecimento -— manejos de armas, exercícios de esgrima, assaltos.
 
Compreende-se a grande utilidade que necessariamente nos adviria dessas visitas aos estabelecimentos militares no estrangeiro. Sem nos aperceber, íamos conhecendo, de visu, os diversos processos de ensino prático, os métodos mais modernos de educação física, e, quando mais não fosse, lucrávamos com a vista de objetos novos e de novas paisagens.
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Fazia gosto ver a ordem e o asseio que apresentavam o convés e a câmara.
 
Tinha-se acabado de fazer a baldeação matinal. Marinheiros, perfeitamente uniformizados, ocupavam-se em limpar as chapas de metal; outros colhiam cabos à proa; outros lá cima, nas vergas, atavam ou desatavam andarivelos, muito rubros, com os seus bonés de pano azul-marinho onde se lia o nome do navio, em letras cor de ouro: -— Express.
 
A câmara -— uma sala espaçosa e clara, elegantemente adornada -— ocupava um terço do pontal, a ré, na primeira coberta. Embaixo, na segunda coberta, ficavam os camarotes e a praça de armas.
 
Servido o fine cognac, que os americanos de bom tratamento não dispensam nos dias invernosos, o captain subiu ao passadiço e deu a voz de suspender. A máquina tocou adiante e o Express começou a singrar o Hudson.
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Uns rapagões sadios!
 
Notei mesmo certa propensão dos americanos para o militarismo. Parece que a educação militar, adaptação de princípios rigorosos na disciplina do corpo, é o único meio de obterem-se homens robustos e cumpridores do dever. A Escola de West Point é, sem exagero um exemplo raro de estabelecimentos desse gênero. E não era sem uma ponta de tristeza que nós, brasileiros -— raça degenerada e linfática -— víamos criar-se assim uma raça forte e alegre com todos os caracteres de virilidade e independência.
 
Tive ocasião de assistir a uma luta corporal entre dois alunos, competentemente armados de luvas de camurça, rosto a descoberto. Pegaram-se a socos, um defronte do outro, calmos e convictos, como se estivessem cometendo uma nobre ação.
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Simples questão de raça...
 
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[[Categoria:Adolfo Caminha]]