Em Tradução:Cândido/Capítulo 2: diferenças entre revisões
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{{c|''O que deveio a Cândido entre os búlgaros.''}}
{{capitular|C}}ândido, expulso do paraíso terrestre, caminhou durante muito tempo sem saber por onde, chorando, levantando os olhos ao céu, tornando-os frequentemente para os mais belos castelos que continham as mais belas baronetesas. Ele se deitou, sem cear, no meio do campo entre dois sulcos, a neve caía em grãos flocos. Cândido, todo enregelado, arrastou-se no dia seguinte par’a cidade vizinha, que se chamava Valdberghoff-trarbk-dikdorff, não tendo um tostão furado, morrendo de fome & de cansaço, ele se parou tristemente à porta duma taberna. Dois homens vestidos d’azul o notaram: Camarada, disse um, eis um moço mui bem feito & que tem o talhe requerido, & o convidaram para jantar, muito civilmente. Senhores, disse-lhes Cândido, com uma modéstia charmosa, vós me fazeis uma grande honra, mas eu não tenho com o que pagar minha parte. Ah Senhor! Disse-lhe um dos azuis, as pessoas de vossa figura & de vosso mérito jamais pagam coisa alguma: vós não tendes cinco pés & cinco centímetros d’altura? Sim, senhores, essa é minha altura, ele disse enquanto fazia reverência. Ah Senhor! Sentai-vos à mesa, nós não somente vos pagaremos, como jamais suportaremos que a um homem como vós falte dinheiro; os homens são feitos unicamente para se ajudarem uns aos outros. Vós tendes razão, disse Cândido; é o que Sr. Pangloss me havia sempre dito, & eu vejo deveras que tudo é para o melhor. Eles lhe insistem para aceitar alguns escudos, ele os toma & quer fazer sua nota promissória, não o
Cândido, todo estupefato, não conseguia ainda perceber muito bem como ele era um herói; aconselha-se, num belo dia de primavera, para ir caminhar, marchando em frente de si, acreditando que isso era um privilégio do ser humano, bem como de outras espécies de animais, fazer uso de suas pernas como quisessem. Ele havia avançado duas ligas, quando foi ultrapassado por quatro outros, heróis de seis pés de altura, que o prenderam e levaram para um calabouço. Perguntaram-lhe o que achava melhor, ser chicoteado trinta e seis vezes por todo o regimento, ou receber de uma só vez 12 balas de chumbo no cérebro. Ele disse que, apesar da vontade humana ser livre, que não escolheria nem uma coisa nem outra. Forçado a fazer a escolha, ele determinou, em virtude do dom de Deus chamado liberdade, que preferia ser chicoteado as trinta e seis vezes. Suportou dois turnos. O regimento era composto de dois mil homens, que no total rendiam quatro mil chicotadas, o que pôs nu todos os seus músculos e nervos, a partir da nuca até o traseiro. Quando estavam prosseguindo para o terceiro turno de chicotadas, Cândido, incapaz de suportar mais, pediu por favor que seria melhor que o matassem. E assim obteve esse favor, com os olhos vendados, ordenaram-lhe que se ajoelhasse. Neste momento, o rei dos búlgaros passava por ali e verificou a natureza desse crime. Como tinha um grande talento, Compreendia tudo o que aprendeu sobre Cândido, que este era um jovem metafísico, extremamente ignorante das coisas deste mundo, e então lhe concedeu perdão com uma clemência que o levaria a ser louvar em todos os jornais por todas as eras.
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