Em Tradução:Cândido/Capítulo 2: diferenças entre revisões
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{{c|''O que deveio a Cândido no meio dos búlgaros.''}}
{{justificado|{{capitular|C}}Ândido, expulso do paraíso terrestre,
Cândido, todo estupefato, não compreendia ainda muito bem como ele era um herói; avisou-se num belo dia de primavera d’ir caminhar, marchando em linha reta diante ele, crente de que era um privilégio da espécie humana, como da espécie animal, de se servir das pernas a seu prazer. Ele não dera dois passos, quando eis quatro outros heróis de seis pés d’altura que o alcançam, que o ligam, que o metem num calabouço; eles lhe demandaram judicialmente do que gostava mais, de ser fustigado trinta & seis vezes por todo o regimento ou de receber duma só vez doze balas de chumbo no cérebro; houve bem dizer que as vontades são livres, & que não queria nem um, nem outro, devia fazer uma escolha; ele se determinou, em virtude do dom de Deus, que se chama liberdade, a passar trinta & seis vezes pela chibata; sofreu duas marchas. O regimento era composto de dois mil homens; isto lhe compôs quatro mil chibatadas, que, desde a nuca do pescoço até ao coração, lhe descobriram todos os músculos e os nervos. Quando estavam prosseguindo para o terceiro turno de chicotadas, Cândido, incapaz de suportar mais, pediu por favor que seria melhor que o matassem. E assim obteve esse favor, com os olhos vendados, ordenaram-lhe que se ajoelhasse. Neste momento, o rei dos búlgaros passava por ali e verificou a natureza desse crime. Como tinha um grande talento, Compreendia tudo o que aprendeu sobre Cândido, que este era um jovem metafísico, extremamente ignorante das coisas deste mundo, e então lhe concedeu perdão com uma clemência que o levaria a ser louvar em todos os jornais por todas as eras.
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