Poesias (Bernardo Guimarães, 1865)/Cantos da solidão/Prelúdio: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
m ajustes utilizando AWB
mSem resumo de edição
Linha 1:
{{navegar
|notas={{integra|poemaobra = [[../|Cantos da Solidãosolidão]].}}
|autor = Bernardo Guimarães
|seção = Prelúdio
|anterior=
|anterior = [[../Ao ilm. sr. coronel Antonio Felisberto Nogueira/]]
|obra=Prelúdio
|posterior = [[../Amor ideal/]]
}}
|notas = {{integra|texto=[[Poesias (Bernardo Guimarães, 1865)|''Poesias'']] (1865).}}
<poem>
|edição_override = {{edição/originais}}
Neste alaúde, que a saudade afina,
}}{{modernização}}
Apraz-me às vêzes descantar lembranças
De um tempo mais ditoso;
 
<pages index="Poesias (Bernardo Guimarães, 1865).djvu" from=30 to=32 />
De um tempo em que entre sonhos de ventura
{{DEFAULTSORT:Preludio}}
Minha alma repousava adormecida
Nos braços da esperança.
 
[[Categoria:Cantos da Solidão|C 03]]
Eu amo essas lembranças, como o cisne
[[Categoria:Poesias (Bernardo Guimarães, 1865)]]
Ama seu lago azul, ou como a pomba
Do bosque as sombras ama.
 
Eu amo essas lembranças; deixam n'alma
Um quê de vago e triste, que mitiga
Da vida os amargores.
 
Assim de um belo dia, que esvaiu-se,
Longo tempo nas margens do ocidente
Repousa a luz saudosa.
 
Eu amo essas lembranças; são grinaldas
Que o prazer desfolhou, murchas relíquias
De esplêndido festim;
 
Tristes flores sem viço! - mas um resto
Inda conservam do suave aroma
Que outrora enfeitiçou-nos.
 
Quando o presente corre árido e triste,
E no céu do porvir pairam sinistras
As nuvens da incerteza,
 
Só no passado doce abrigo achamos
E nos apraz fitar saudosos olhos
Na senda decorrida;
 
Assim de novo um pouco se respira
Uma aura das venturas já fruídas,
Assim revive ainda
 
O coração que angústias já murcharam,
Bem como a flor ceifada em vasos d'água
Revive alguns instantes.
</poem>
 
[[Categoria:Cantos da Solidão|C 03]]