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MARÁNOS, ELEONOR E A SAUDADE

E Marános, ainda dominado
{{larger|MARÁNOS, ELEONOR E A SAUDADE}}
Pelo encanto d'aquela Aparição,

Ia andando . . .

Era a hora em que se vê
{{linha horizontal|4em}}}}
Já mesmo atraz da luz a escuridão . . .

Quando profundas lagrimas a medo

Sobem á face extática das cousas,
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D'onde o vulto nocturno do Segredo
E Marános, ainda dominado<br />
Dir-se-ha que se levanta e nos espreita . . .
Pelo encanto d'aquela Aparição,<br />
Dirigia-se á Ermida da Senhora
Ia andando...<br />
Da Serra ... Ali passava as longas noites . . .
{{Brecha|8em}}Era a hora em que se vê<br />
E ali, n'um áureo gesto, a luz da Aurora
Já mesmo atraz da luz a escuridão...<br />
Lhe vinha anunciar o nascimento
Quando profundas lagrimas a medo<br />
Do Sol-Menino aparecendo além
Sobem á face extatica das cousas,<br />
Do horizonte serrano todo em chamas,
D'onde o vulto nocturno do Segredo<br />
Como se fosse a Terra a sua mãe,
Dir-se-ha que se levanta e nos espreita...<br />
E o erguesse nos braços, offertando-o
Dirigia-se á ''Ermida da Senhora''<br />
Ás florestas, aos pássaros e ás nuvens !
''Da Serra'' ... Ali passava as longas noites...<br />
E Marános seguia a meditar
E ali, n'um aureo gesto, a luz da Aurora<br />
N'um silêncio tão grande, que ele ouvia
Lhe vinha anunciar o nascimento<br />
O coração no peito palpitar.
Do Sol-Menino aparecendo além<br />
Do horizonte serrano todo em chamas,<br />
Como se fôsse a Terra a sua mãe,<br />
E o erguêsse nos braços, offertando-o<br />
Ás florestas, aos passaros e ás nuvens!


E Marános seguia a meditar<br />
N'um silêncio tão grande, que ele ouvia<br />
O coração no peito palpitar.<br />