Anexo:Versões/A Bela e o Monstro: diferenças entre revisões

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|obra = A Bela e a Fera (Brasil) / A Bela e o Monstro (Portugal)
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[[Categoria:Contos]]
[[Categoria:Gabrielle-Suzanne Barbot]]
[[Categoria:Jeanne-Marie LePrince de Beaumont]]}}
 
 
<center>== A Bela e a Fera ==</center>
<center>(La Belle et la Bête)</center>
<center>CONTO.</center>
 
<center>Jeanne-Marie LePrince de Beaumont</center>
 
<center>1756</center>
 
<center>Tradução do francês (ainda incompleta) por Míriam Martins - 2018</center>
 
Era uma vez um comerciante extremamente rico. Ele tinha seis filhos, três rapazes e três moças e, como esse comerciante era um homem de espírito, ele não poupava nada para a educação de seus filhos e lhes deu todo tipo de professores. Suas filhas eram muito bonitas, mas a mais nova, sobretudo, se fazia admirar, e era chamada, quando pequena, de bela criança; de tal sorte que o nome ficou, o que causava ciúmes às suas irmãs. Essa mais nova, que era mais bela que suas irmãs, era também melhor que elas. As duas mais velhas tinham muito orgulho, porque eram ricas, elas se faziam passar por damas e não aceitavam receber as visitas das outras filhas de comerciantes; precisavam de pessoas de qualidade para sua companhia.  Elas iam todos os dias ao baile, ao teatro, ao passeio e se riam da mais nova que empregava a maior parte de seu tempo a ler bons livros. Como se sabia que essas jovens eram muito ricas, muitos grandes comerciantes lhes pediram em casamento, mas as duas mais velhas respondiam que elas não se casariam jamais, a menos que elas encontrassem um duque, ou, pelo menos, um conde.  A Bela (porque eu já disse que esse era o nome da mais jovem), a Bela agradecia honestamente aqueles que queriam se casar com ela, mas lhes dizia que era muito jovem e que desejava fazer companhia a seu pai durante alguns anos.  
 
 
De repente, o comerciante perdeu sua riqueza e lhe restou apenas uma pequena casa de campo, bem longe da cidade. Ele disse chorando a seus filhos que eles precisariam se mudar para aquela casa e que, se trabalhassem como camponeses, poderiam viver. Suas duas filhas mais velhas responderam que não queriam deixar a cidade e que tinham vários pretendentes que ficariam muito felizes de casar com elas, apesar de não mais possuírem fortuna : as boas jovens se enganavam ; os pretendentes não quiseram mais olhar para elas quando se tornaram pobres.  Como ninguém as amava por causa de seu orgulho, diziam : "elas não merecem que se lamente por elas, nós somos bem alegres de ver seu orgulho abaixado; que elas se finjam de damas guardando os carneiros". Mas, ao mesmo tempo, todo o mundo dizia: "pela Bela, nós ficamos chateados por sua infelicidade. É uma boa moça, ela falava com os pobres com tanta bondade, ela era tão doce, tão honesta."  Houve mesmo vários jovens que quiseram se casar com ela, mesmo que não possuísse mais nenhum tostão, mas ela lhes disse que não podia abandonar seu pobre pai durante sua infelicidade e que ela o seguiria ao campo, para consolá-lo e lhe ajudar a atrabalhar.  A pobre Bela tinha sido bem afligida por perder sua fortuna, mas ela tinha dito a si mesma: mesmo se eu chorar forte, minhas lágrimas não me trarão nenhum bem, é preciso tratar de ser feliz sem riqueza.
 
 
Quando eles chegaram à casa de campo, o comerciante e seus três filhos se ocuparam a trabalhar a terra. Bela se levantava às quatro horas da manhã e tratava de limpar a casa e de preparar a refeição para a família. No início, sofreu bastante, porque não estava acostumada a trabalhar como uma serva, mas, ao fim de dois meses, ela se tornou mais forte e o cansaço lhe deu uma saúde perfeita. Quando ela terminava seu trabalho, ela lia, ela tocava cravo ou ela cantava enquanto fiava. Suas duas irmãs, ao contrário, se entediavam; elas se levantavam às dez horas da manhã, passeavam durante toda a manhã e ficavam a lamentar suas belas roupas e suas antigas companhias. Veja nossa irmã mais nova, dizia uma à outra, ela tem uma alma inferior, e é tão estúpida que fica contente com sua infeliz situação. O bom mercador não pensava como suas filhas. Ele sabia que era mais possível que a Bela brilhasse mais que suas irmãs no meio de suas companhias. Ele admirava a virtude daquela jovem e, sobretudo, sua paciência, porque suas irmãs, não contentes em lhe deixar fazer todo o trabalho da casa, ainda a insultavam a toda hora.
 
 
Havia um ano que aquela família vivia na solidão quando o comerciante recebeu uma carta, pela qual lhe avisavam que um navio, no qual ele possuía mercadorias, acabava de chegar, felizmente. Essa novidade virou a cabeça das duas irmãs mais velhas, que pensaram que, finalmente, elas poderiam deixar o campo onde elas se aborreciam tanto e, quando elas viram seu pai pronto para partir, elas pediram que ele lhes trouxesse vestidos, peles, perucas e todo tipo de bobagens. Bela não lhe pedia nada, porque ela pensava que todo dinheiro das mercadorias não seria suficiente para comprar o que suas irmãs desejavam. "Você não quer que eu compre alguma coisa?" lhe perguntou seu pai. "Como o senhor teve a bondade de pensar em mim", disse ela, "eu peço que me traga uma rosa, porque não há nenhuma aqui". Não que a Bela se interessasse por uma rosa, mas ela não queria condenar, por seu exemplo, a conduta de suas irmãs que teriam dito que era para se diferenciar que ela não pedia nada.
 
 
O bom homem partiu, mas, assim que chegou ao porto, sofreu um processo pelas mercadorias e, depois de muito sofrer, ficou tão pobre como estava antes. Não faltavam mais de trinta milhas para chegar em casa e ele já se alegrava pelo prazer de rever seus filhos, mas, como ainda faltava transpor um grande bosque, antes de encontrar sua casa, ele se perdeu. Nevava horrivelmente. O vento era tão forte que o derrubou duas vezes de seu cavalo e, a noite chegada, ele pensou que morreria de fome ou de frio ou que seria comido pelos lobos, cujos uivos ouvia ao redor. De repente, olhando através de uma longa álea de árvores, ele viu uma luz forte, mas que parecia distante. Ele se dirigiu para aquela direção e viu que a luz vinha de um grande palácio todo iluminado. O comerciante agradeceu a Deus pelo socorro que Ele lhe enviava e se apressou a chegar ao castelo. Ele ficou bem surpreso de não encontrar ninguém na entrada. Seu cavalo, que o seguia, vendo um grande estábulo aberto, entrou e, tendo encontrado feno e aveia, o pobre animal, que morria de fome, se lançou a elas com muita avidez. O mercador o amarrou e se dirigiu à casa, onde não achou ninguém. Tendo entrado em uma grande sala, encontrou um bom fogo e uma mesa cheia de carnes onde só havia um lugar. Como a chuva e a neve o haviam molhado até os ossos, ele se aproximou do fogo para se secar, dizendo a si mesmo: O senhor desta casa ou seus empregados me perdoarão a liberdade que tomei e, sem dúvida, virão logo. Esperou por um tempo considerável mas, tendo soado as onze horas sem que ninguém aparecesse, ele não pôde resistir à fome e tomou um frango que engoliu em duas bocadas e tremendo. Bebeu também alguns goles de vinho e, com mais coragem, saiu da sala e atravessou vários grandes apartamentos, magnificamente mobiliados. Ao fim, ele encontrou um quarto onde havia uma boa cama e, como já se passara da meia noite e ele estava esgotado, decidiu fechar a porta e se deitar.
 
 
Eram dez horas da manhã quando ele se levantou no dia seguinte e ficou bem surpreso de encontrar uma roupa limpa no lugar da sua que estava toda estragada. Certamente, disse para si mesmo, este palácio pertence a qualquer boa fada que teve piedade da minha situação. Olhou pela janela e não viu mais neve, apenas canteiros de flores que encantavam a vida. Entrou novamente na grande sala onde havia ceado na véspera e viu uma pequena mesa onde havia chocolate. Eu agradeço, senhora fada, disse ele bem alto, da bondade de pensar em meu café-da-manhã. O bom homem, após tomar o chocolate, saiu para procurar seu cavalo e, passando por um canteiro de rosas, se lembrou do pedido da Bela e colheu um galho do meio de vários outros. Imediatamente, escutou um grande barulho e apareceu uma fera tão horrível que ele quase desmaiou. "Você é bem ingrato, lhe disse a Fera, com uma voz terrível, eu lhe salvei a vida lhe recebendo em meu castelo e, para minha dor, você rouba as minhas rosas, que eu amo mais que todas as coisas no mundo. É preciso morrer para reparar esse erro, eu lhe dou quinze minutos para pedir perdão a Deus". O mercador se colocou de joelhos e disse à Fera, de mãos juntas: - Senhor, me perdoe, eu não pensei em lhe ofender ao colher uma rosa para uma de minhas filhas que me havia pedido. - Eu não me chamo Senhor, respondeu o monstro, mas a Fera. Eu não gosto de cumprimentos, eu gosto que as pessoas digam o que pensam; assim, não imagine que vá me tocar por suas bajulações, mas você me disse que tem filhas; eu lhe perdoarei, com a condição que uma de suas filhas venha voluntariamente, para morrer em seu lugar: não discuta; vá e se suas filhas recusarem morrer por você, jure que voltará dentro de três meses. O bom homem não tinha desejo de sacrificar uma de suas filhas a esse malvado monstro; mas ele pensou: ao menos, eu terei o prazer de beijá-las mais uma vez. Ele, então, jurou voltar e a Fera lhe disse que ele podia partir quando quisesse mas, acrescentou ela, eu não quero que saia com as mãos vazias. Volte para o quarto onde dormiu e lá encontrará um grande baú vazio. Você pode colocar nele tudo que lhe agradar, eu o farei levar à sua casa. No mesmo instante, a Fera se retirou e o bom homem disse para si mesmo; se é necessário que eu morra, eu terei a consolação de deixar alimento para minhas pobres crianças.
 
 
Ele voltou para o quarto onde havia dormido e ali encontrou uma grande quantidade de moedas de ouro. Encheu o grande baú do qual a Fera lhe havia falado, o fechou e, tendo retomado seu cavalo que encontrou no estábulo, saiu daquele palácio com uma tristeza igual à alegria que ele tinha quando ali tinha entrado. Seu cavalo encontrou, por si só, um dos caminhos da floresta e, em poucas horas, o bom homem chegou em sua pequena casa. Seus filhos se reuniram ao seu redor mas, em lugar de ser sensível a seus carinhos, o mercador começou a chorar ao olhar para eles. Ele tinha na mão o galho de rosas e o deu a Bela, lhe dizendo: Bela, tome essas rosas, elas custarão bem caro a seu infeliz pai e, em seguida, contou à sua família a funesta aventura por que passara. Ao ouvir a história, suas filhas mais velhas gritaram e injuriaram a Bela que não chorava. Vejam o que produz o orgulho dessa pequena criatura, diziam elas, não podia ter pedido objetos de vestuário como nós? Mas não, a senhorita precisava se distinguir, ela vai causar a morte de nosso pai e não chora. Isso seria inútil, respondeu Bela, porque eu choraria a morte de meu pai? Ele não morrerá. Já que o monstro aceitará uma de suas filhas, eu quero me entregar a toda a sua fúria e eu me sinto feliz por isso, porque ao morrer eu terei a alegria de salvar meu pai e de provar a ele minha ternura. Não, minha irmã, lhe disseram seus três irmãos, você não morrerá, nós iremos encontrar esse monstro e nós pereceremos sob seus golpes, se não pudermos matá-lo. Nem pensem nisso, meus filhos, lhes disse o mercador. O poder dessa Fera é tão grande que não me resta qualquer esperança de a fazer morrer. Eu fico emocionado com o bom coração da Bela, mas eu não quero expô-la à morte. Eu sou velho, não me resta muito tempo para viver, assim, eu só perderei alguns anos de vida e eu não lamento que seja por causa de vocês, meus queridos filhos. Eu asseguro, meu pai, lhe disse Bela, que o senhor não irá a esse palácio sem mim, o senhor não pode impedir que eu o siga. Apesar de ser jovem, eu não sou muito presa à vida e eu prefiro ser devorada por esse monstro que morrer da tristeza que sua perda me traria. Pode-se dizer que Bela realmente queria partir para aquele belo palácio, e suas irmãs estavam encantadas, porque as virtudes de sua irmã mais nova lhe haviam inspirado muito ciúme.
 
O mercador estava tão ocupado da dor de perder sua filha que ele nem pensava no baú que havia enchido de ouro, mas, assim que ele entrou em seu quarto para dormir, se espantou de encontrá-lo aos pés da cama. Ele decidiu não dizer a seus filhos que ele havia se tornado tão rico, porque suas filhas teriam querido retornar a morar na cidade e ele estava resolvido a morrer no campo, mas ele contou o segredo à Bela que lhe contou que, durante sua ausência, alguns cavalheiros haviam chegado e dois deles amavam suas irmãs. Ela pediu a seu pai que as fizesse casar, porque ela era tão boa que as amava e as perdoava de todo seu coração o mal que elas lhe haviam feito. Essas duas jovens más esfregavam os olhos com uma cebola para chorar quando a Bela partiu com seu pai, mas seus irmãos choravam verdadeiramente, tanto quanto o mercador. Somente Bela não chorava, porque ela não queria aumentar a dor deles.
 
O cavalo tomou o caminho do palácio e à noite o viram iluminado, como na primeira vez. O animal entrou sozinho no estábulo e o bom homem entrou, com sua filha, na grande sala, onde encontraram uma mesa magnificamente servida, com dois lugares. O mercador não tinha apetite, mas Bela se esforçando para parecer tranquila, se sentou à mesa e se serviu, e dizia a si mesma: A Fera quer me engordar antes de me comer, porque ela me faz grandes ofertas. Quando acabaram de jantar, ouviram um grande barulho e o mercador, chorando, disse adeus à sua filha, porque pensava que era a Fera. Bela não pode se impedir de estremecer ao ver aquela horrível figura, mas se controlou da melhor forma possível, e o monstro, tendo perguntado se ela havia vindo de boa vontade, ela respondeu, tremendo, que sim. Você é muito boa, disse a Fera, e eu lhe agradeço muito. Bom homem, parta amanhã pela manhã e não tente jamais voltar aqui. Adeus, Bela. Adeus, Fera, ela respondeu, e, imediatamente, o monstro se retirou. Ah! minha filha, lhe disse o mercador, beijando-a, eu estou quase morto de medo. Creia, deixe-me aqui. Não, meu pai, disse Bela com firmeza, o senhor partirá amanhã pela manhã e me deixará ao socorro celeste, talvez ele tenha piedade de mim.
 
Eles foram se deitar pensando que não conseguiriam dormir, mas assim que deitaram em seus leitos, seus olhos se fecharam. Durante o sono, Bela viu uma dama que lhe disse: "Eu estou contente com o seu bom coração, Bela! A boa ação que você faz, dando sua vida para salvar a de seu pai, não ficará sem recompensa." Bela, ao acordar, contou a seu pai o sonho que, apesar de tê-lo consolado um pouco, não impediu que ele soltasse altos gritos quando foi preciso se separar de sua querida filha.
 
Assim que ele partiu, Bela se sentou na grande sala e começou a chorar também, mas, como ela tinha muita coragem, se recomendou a Deus se resolveu não se atormentar durante o pouco de tempo de vida que lhe restava, porque ela acreditava firmemente que a Fera a comeria à noite. Enquanto esperava, resolveu passear e visitar aquele belo castelo, cuja beleza ela não podia deixar de admirar. Mas ela ficou muito surpresa ao encontrar uma porta sobre a qual estava escrito: "Apartamento da Bela". Ela abriu a porta com precipitação e ficou encantada com a magnificência que ali reinava, mas, o que mais lhe atraiu a vista foi uma grande biblioteca, um cravo e vários livros de música. Não querem que eu me aborreça, disse ela, baixinho. Em seguida, pensou que não teriam tido tanto trabalho e lhe aprovisionado com tantos presentes se ela só fosse permanecer ali um dia. Esta ideia lhe reanimou a coragem. Abriu a estante, viu um livro onde estava escrito em letras de ouro: Deseje e ordene, aqui você é a rainha e senhora. Ora! disse ela, suspirando, eu não desejo nada além de ver meu pobre pai e de saber o que ele faz agora. Ela havia dito isso para si mesma. Qual não foi sua surpresa! levantando os olhos para um grande espelho, ali viu sua casa, onde seu pai chegava com grande tristeza em seu rosto. Suas irmãs vinham recebê-lo e, apesar das caretas que elas faziam para parecerem aflitas, a alegria que desfrutavam com a perda de sua irmã aparecia em seus rostos. Um momento depois e tudo isso desapareceu e Bela não pode se impedir de pensar que a Fera era bem condescendente e que ela não tinha nada a temer dela.
 
Ao meio dia, encontrou a mesa posta e durante a refeição ela ouviu um excelente concerto, apesar de não ver ninguém. À noite, quando se sentava à mesa, ouviu o barulho que fazia a Fera e não pode se impedir de estremecer.
 
PAREI AQUI
 
La Belle, lui dit ce monstre, voulez-vous bien que je vous voie souper ? — Vous êtes le maître, répondit la Belle en tremblant. — Non, répondit la Bête, il n’y a ici de maîtresse que vous. Vous n’avez qu’à me dire de m’en aller si je vous ennuie ; je sortirai tout de suite. Dites-moi, n’est-ce pas que vous me trouvez bien laid ? — Cela est vrai, dit la Belle, car je ne sais pas mentir ; mais je crois que vous êtes fort bon. — Vous avez raison, dit le monstre, mais, outre que je suis laid, je n’ai point d’esprit : je sais bien que je ne suis qu’une Bête. — On n’est pas Bête, reprit la Belle, quand on croit n’avoir point d’esprit : un sot n’a jamais su cela. — Mangez donc, la Belle, lui dit le monstre ; et tâchez de ne vous point ennuyer dans votre maison, car tout ceci est à vous ; et j’aurais du chagrin, si vous n’étiez pas contente. — Vous avez bien de la bonté, lui dit la Belle. Je vous avoue que je suis bien contente de votre cœur ; quand j’y pense, vous ne me paraissez plus si laid. — Oh dame, oui, répondit la Bête, j’ai le cœur bon, mais je suis un monstre. — Il y a bien des hommes qui sont plus monstres que vous, dit la Belle ; et je vous aime mieux avec votre figure que ceux qui, avec la figure d’hommes, cachent un cœur faux, corrompu, ingrat. — Si j’avais de l’esprit, reprit la Bête, je vous ferais un grand compliment pour vous remercier ; mais je suis un stupide, et tout ce que je puis vous dire, c’est que je vous suis bien obligé.
 
La Belle soupa de bon appétit. Elle n’avait presque plus peur du monstre ; mais elle manqua mourir de frayeur, lorsqu’il lui dit : « La Belle, voulez-vous être ma femme ? » Elle fut quelque tems sans répondre : elle avait peur d’exciter la colère du monstre, en le refusant : elle lui dit pourtant en tremblant : non la Bête. Dans ce moment, ce pauvre monstre voulut soupirer, et il fit un sifflement si épouvantable, que tout le palais en retentit ; mais Belle fut bientôt rassurée, car la Bête lui ayant dit tristement : Adieu donc la Belle, sortit de la chambre, en se retournant de tems en tems pour la regarder encore. Belle se voyant seule, sentit une grande compassion pour cette pauvre Bête : Hélas ! disait-elle, c’est bien dommage qu’elle soit si laide, elle est si bonne !
 
Belle passa trois mois dans ce palais avec assez de tranquillité. Tous les soirs, la Bête lui rendait visite, l’entretenait pendant le souper, avec assez de bon sens, mais jamais avec ce qu’on appelle esprit, dans le monde. Chaque jour, Belle découvrait de nouvelles bontés dans ce monstre. L’habitude de le voir l’avait accoutumée à sa laideur ; et, loin de craindre le moment de sa visite, elle regardait souvent à sa montre, pour voir s’il était bientôt neuf heures ; car la Bête ne manquait jamais de venir à cette heure-là. Il n’y avait qu’une chose qui faisait de la peine à la Belle, c’est que le monstre, avant de se coucher, lui demandait toujours si elle voulait être sa femme, et paraissait pénétré de douleur lorsqu’elle lui disait que non. Elle dit un jour : « Vous me chagrinez, la Bête ; je voudrais pouvoir vous épouser, mais je suis trop sincère pour vous faire croire que cela arrivera jamais. Je serai toujours votre amie ; tâchez de vous contenter de cela. — Il le faut bien, reprit la Bête ; je me rends justice. Je sais que je suis bien horrible ; mais je vous aime beaucoup ; cependant je suis trop heureux de ce que vous voulez bien rester ici ; promettez-moi que vous ne me quitterez jamais ». La Belle rougit à ces paroles. Elle avait vu dans son miroir que son père était malade de chagrin de l’avoir perdue ; et elle souhaitait de le revoir. « Je pourrais bien vous promettre, dit-elle à la Bête, de ne vous jamais quitter tout-à-fait ; mais j’ai tant d’envie de revoir mon père, que je mourrai de douleur si vous me refusez ce plaisir. — J’aime mieux mourir moi-même, dit ce monstre, que de vous donner du chagrin. Je vous enverrai chez votre père ; vous y resterez, et votre pauvre Bête en mourra de douleur. — Non, lui dit la Belle en pleurant, je vous aime trop pour vouloir causer votre mort. Je vous promets de revenir dans huit jours. Vous m’avez fait voir que mes sœurs sont mariées, et que mes frères sont partis pour l’armée. Mon père est tout seul, souffrez que je reste chez lui une semaine. — Vous y serez demain au matin, dit la Bête ; mais souvenez-vous de votre promesse. Vous n’aurez qu’à mettre votre bague sur une table en vous couchant, quand vous voudrez revenir. Adieu, la Belle ». La Bête soupira selon sa coutume, en disant ces mots, et la Belle se coucha toute triste de la voir affligée. Quand elle se réveilla le matin, elle se trouva dans la maison de son père ; et, ayant sonné une clochette qui était à côté de son lit, elle vit venir la servante qui fit un grand cri en la voyant. Le bon homme accourut à ce cri, et manqua mourir de joie en revoyant sa chère fille ; et ils se tinrent embrassés plus d’un quart-d’heure. La Belle, après les premiers transports, pensa qu’elle n’avait point d’habits pour se lever ; mais la servante lui dit, qu’elle venait de trouver dans la chambre voisine un grand coffre plein de robes toutes d’or, garnies de diamans. Belle remercia la bonne Bête de ses attentions ; elle prit la moins riche de ces robes, et dit à la servante de serrer les autres, dont elle voulait faire présent à ses sœurs ; mais à peine eut-elle prononcé ces paroles, que le coffre disparut. Son père lui dit que la Bête voulait qu’elle gardât tout cela pour elle ; et aussitôt les robes et le coffre revinrent à la même place. La Belle s’habilla ; et, pendant ce temps on fut avertir ses sœurs qui accoururent avec leurs maris ; elles étaient toutes deux fort malheureuses. L’aînée avait épousé un gentilhomme, beau comme le jour ; mais il était si amoureux de sa propre figure, qu’il n’était occupé que de cela, depuis le matin jusqu’au soir, et méprisait la beauté de sa femme. La seconde avait épousé un homme qui avait beaucoup d’esprit ; mais il ne s’en servait que pour faire enrager tout le monde, et sa femme toute la première. Les sœurs de la Belle manquèrent de mourir de douleur, quand elles la virent habillée comme une princesse, et plus belle que le jour. Elle eut beau les caresser, rien ne put étouffer leur jalousie, qui augmenta beaucoup, quand elle leur eut conté combien elle était heureuse. Ces deux jalouses descendirent dans le jardin pour y pleurer tout à leur aise, et elles se disaient : « Pourquoi cette petite créature est-elle plus heureuse que nous ? Ne sommes-nous pas plus aimables qu’elle ? — Ma sœur, dit l’aînée, il me vient une pensée ; tâchons de l’arrêter ici plus de huit jours ; sa sotte Bête se mettra en colère de ce qu’elle lui aura manqué de parole, et peut-être qu’elle la dévorera. — Vous avez raison, ma sœur, répondit l’autre. Pour cela, il lui faut faire de grandes caresses ; et, ayant pris cette résolution, elles remontèrent, et firent tant d’amitié à leur sœur, que la Belle en pleura de joie. Quand les huit jours furent passés, les deux sœurs s’arrachèrent les cheveux, et firent tant les affligées de son départ, qu’elle promit de rester encore huit jours chez son père.
 
Cependant Belle se reprochait le chagrin qu’elle allait donner à sa pauvre Bête, qu’elle aimait de tout son cœur, et elle s’ennuyait de ne plus la voir. La dixième nuit qu’elle passa chez son père, elle rêva qu’elle était dans le jardin du palais, et qu’elle voyait la Bête couchée sur l’herbe et près de mourir, qui lui reprochait son ingratitude. La Belle se réveilla en sursaut, et versa des larmes. — Ne suis-je pas bien méchante, disait-elle, de donner du chagrin à une Bête qui a pour moi tant de complaisance ? Est-ce sa faute si elle est si laide, et si elle a peu d’esprit ? Elle est bonne, cela vaut mieux que tout le reste. Pourquoi n’ai-je pas voulu l’épouser ? Je serais plus heureuse avec elle, que mes sœurs avec leurs maris. Ce n’est ni la beauté, ni l’esprit d’un mari qui rendent une femme contente : c’est la bonté du caractère, la vertu, la complaisance ; et la Bête a toutes ces bonnes qualités. Je n’ai point d’amour pour elle, mais j’ai de l’estime, de l’amitié, de la reconnaissance. Allons, il ne faut pas la rendre malheureuse : je me reprocherais toute ma vie mon ingratitude. À ces mots, Belle se lève, met sa bague sur la table, et revient se coucher. À peine fut-elle dans son lit, qu’elle s’endormit ; et, quand elle se réveilla le matin, elle vit avec joie qu’elle était dans le palais de la Bête. Elle s’habilla magnifiquement pour lui plaire, et s’ennuya à mourir toute la journée, en attendant neuf heures du soir ; mais l’horloge eut beau sonner, la Bête ne parut point. La Belle alors craignit d’avoir causé sa mort. Elle courut tout le palais, en jetant de grands cris ; elle était au désespoir. Après avoir cherché par-tout, elle se souvint de son rêve, et courut dans le jardin vers le canal, où elle l’avait vue en dormant. Elle trouva la pauvre Bête étendue sans connaissance, et elle crut qu’elle était morte. Elle se jeta sur son corps, sans avoir horreur de sa figure ; et, sentant que son cœur battait encore, elle prit de l’eau dans le canal, et lui en jeta sur la tête. La bête ouvrit les yeux, et dit à la Belle : « Vous avez oublié votre promesse ; le chagrin de vous avoir perdue m’a fait résoudre à me laisser mourir de faim ; mais je meurs content, puisque j’ai le plaisir de vous revoir encore une fois. — Non, ma chère Bête, vous ne mourrez point, lui dit la Belle, vous vivrez pour devenir mon époux ; dès ce moment je vous donne ma main, et je jure que je ne serai qu’à vous. Hélas ! je croyais n’avoir que de l’amitié pour vous ; mais la douleur que je sens me fait voir que je ne pourrais vivre sans vous voir. À peine la Belle eut-elle prononcé ces paroles qu’elle vit le château brillant de lumière ; les feux d’artifices, la musique, tout lui annonçait une fête ; mais toutes ces beautés n’arrêtèrent point sa vue : elle se retourna vers sa chère Bête, dont le danger la faisait frémir. Quelle fut sa surprise ! la Bête avait disparu, et elle ne vit plus à ses pieds qu’un prince plus beau que l’Amour, qui la remerciait d’avoir fini son enchantement. Quoique ce prince méritât toute son attention, elle ne put s’empêcher de lui demander où était la Bête. — Vous la voyez à vos pieds, lui dit le prince. Une méchante fée m’avait condamné à rester sous cette figure, jusqu’à ce qu’une belle fille consentit à m’épouser, et elle m’avait défendu de faire paraître mon esprit. Ainsi, il n’y avait que vous dans le monde, assez bonne pour vous laisser toucher à la bonté de mon caractère ; et, en vous offrant ma couronne, je ne puis m’acquitter des obligations que je vous ai. La Belle, agréablement surprise, donna la main à ce beau prince pour se relever. Ils allèrent ensemble au château, et la Belle manqua mourir de joie en trouvant, dans la grande salle, son père et toute sa famille, que la belle dame, qui lui était apparue en songe, avait transportée au château. — Belle, lui dit cette dame qui était une grande fée, venez recevoir la récompense de votre bon choix : vous avez préféré la vertu à la beauté et à l’esprit, vous méritez de trouver toutes ces qualités réunies en une même personne. Vous allez devenir une grande reine : j’espère que le trône ne détruira pas vos vertus. — Pour vous, mesdemoiselles, dit la fée aux deux sœurs de Belle, je connais votre cœur et toute la malice qu’il renferme. Devenez deux statues ; mais conservez toute votre raison sous la pierre qui vous enveloppera. Vous demeurerez à la porte du palais de votre sœur, et je ne vous impose point d’autre peine que d’être témoins de son bonheur. Vous ne pourrez revenir dans votre premier état qu’au moment où vous reconnaîtrez vos fautes ; mais j’ai bien peur que vous ne restiez toujours statues. On se corrige de l’orgueil, de la colère, de la gourmandise et de la paresse : mais c’est une espèce de miracle que la conversion d’un cœur méchant et envieux. Dans le moment, la fée donna un coup de baguette qui transporta tous ceux qui étaient dans cette salle, dans le royaume du prince. Ses sujets le virent avec joie, et il épousa la Belle qui vécut avec lui fort long-tems, et dans un bonheur parfait, parce qu’il était fondé sur la vertu.