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Edição atual desde as 18h28min de 29 de maio de 2020

não poderia deixar de impressionar-me...

– Ela é inteligente...

– Muito. Para ter a certeza disso eu não precisava das poesias inglesas; bastava-me a mudança radical de minha filha. Negarás isso?!

– Não...

– Lembras-te? Glória era terrível, intratável, brutinha! E agora? Está dócil, risonha, delicada. A avó perdia-a com os seus mimos e a d. Alice salvou-a. Tens reparado na boa pronúncia francesa de minha filha? Na véspera da minha partida ela leu-me uns exercícios do Método. Fiquei espantado. Um prodígio!... Logo, esta mulher, que ensina francês, lê versos ingleses, faz aquarelas razoáveis e interpreta ao piano trechos clássicos, como já eu ouvi, sem que ela o percebesse... é uma rapariga de fina educação e que não me resigno a perder por caprichos de terceiros! As minhas flores! Porventura tive eu nunca, nem mesmo no tempo de Maria, rosas como tenho agora?! É ou não é verdade que o meu jardim é um dos mais belos do bairro?!

– É...

– E quem o transformou? Ela. Ainda agora, lendo o livro do Shelley, sentindo-lhe o perfume peculiar e que em poucos dias ela espalhou por toda a minha casa, capacitei-me de que a alma dessa mulher é rara e