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Revisão das 19h03min de 14 de outubro de 2020

autoridade que não podia exercitar sobre o principal responsável do estranho delito.

— Fui eu, mamãe. Papai mandou que eu matasse, e por isso matei o coelho.

Joana volveu novamente os olhos entristecidos a Joaquim, o qual não se demorou a retorquir com a imprudência que o caracterizava

— Fui eu mesmo que o mandei. Que tens com isso? Quererás tomar-me contas, Joana?

— Eu não, Deus sim; Deus há de tomar-te-as um dia, homem sem coração.

— Deus! Quem é Deus, toleirona? Quem já o viu? Quem já ouviu a sua voz? Estás caducando, mulher.

Sem ter para o seu tirano outra resposta que o silêncio, Joana resignou-se a dar-lha, e foi cair sobre um tamborete, com o rosto inundado novamente de lágrimas.

Tempos depois entrou José em casa gritando e chorando. Foi o caso que, tendo ele querido tomar de um menino do vizinho uma xícara de arroz-doce, o menino, que tinha mais idade, mais corpo e mais força do que ele, não só não se deixou esbulhar de sua propriedade, mas até bateu em José com vontade, sem contudo se sair ileso, porque José lhe pôs a cara em sangue com as