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Assim tomaram o pátio do hospital da cidade, e nele se colocou a casa da moeda, servindo de mestre um hábil ourives, por nome Gaspar Ribeiro, com os mais oficiais peritos, juiz, e escrivão; começando logo em princípio a fabricar boa moeda do prata, ouro e cobre<ref>Citada ''Relação'', capítulo 40. É desta relação que extraímos a notícia das moedas aqui mencionadas, ainda que delas todas não trata a referida carta régia. Já desta carta déramos notícia no [[Anais da Ilha Terceira/I/II|Capítulo II da Primeira Época]], tratando das armas da cidade de Angra.</ref>, com as armas e divisa do Regente, da forma que se manifesta na carta régia transcrita no [[Documento I**]], datada do 1.º de Abril de 1582.
Por efeito desta ordem, levantou-se em dobro o valor nominal da moeda, a saber: os patacões valeram a 10 réis; as moedas de real e meio, a 5 réis; as de real, a 3 réis; e as de meios reais a real, que era o preço por que corriam antigamente antes que reinasse [[w:Sebasrião I de Portugal|El-Rei D. Sebastião]], e era o seu cunho uma cruz com um açor ao pé, e da outra parte as armas reais. Fabricaram-se moedas de prata de cruzado, tostões, meios tostões e vinténs: depois dobrou-se o seu valor, e das moedas de cruzado, marcadas na forma dita, se fizeram 800 réis; de um tostão, dois; e assim gradualmente. Todo este aumento era de El-Rei, porque recolhia dois e tirava um tostão com o novo cunho. Também se fez moeda de 80 réis e de 40 réis. Igualmente se aumentou o valor das moedas de 500 réis, que ficaram valendo a 1$000 réis, e as de 1$000 réis, a 2$000 réis. De todas estas moedas se têm achado muitas, que se conservam na ilha para memória<ref>O excelentíssimo [[w:
Logo que se começou a trabalhar na casa da moeda, saiu Manuel da Silva em pessoa com muitos homens principais da cidade, e, com palavras as mais insinuantes, pelas portas dos moradores dela pedia dinheiro, e peças de ouro e prata para se fabricar moeda, com que se pudessem sustentar as tropas até se restaurar o Reino de Portugal. O que vendo os moradores de Angra, e os modos e maneira com que ele pedia, uns se comprometiam a dar como amigos, outros como suspeitos ao serviço do novo Rei D. António; e desta forma estes por medo, e aqueles por vontade, ofereciam cadeias de ouro, anéis, jóias, peças de ouro e prata; uns prometiam moios de trigo, outros gado; e os que eram de suspeita, a esses se pedia com mais indústria, e mais por vergonha do que por vontade se alargaram em suas dádivas, com medo de os molestarem; ''de maneira que todas as cadeias que lhe davam, Manuel da Silva as lançava ao pescoço, e já não podia com elas; e como a terra estava rica e próspera ajuntou um tesouro'': e constou que nada disto apareceu na casa da moeda, pois tudo guardou com muito [[w:Âmbar|âmbar]] das naus que vinham ter à ilha<ref>Citada ''Relação'', no capítulo 41, a que se refere o Padre Cordeiro no Livro 6.º, capítulo 27 § 304 da 'História Insulana''.</ref>.
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