Minha formação/XXVI: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Giro720 (discussão | contribs)
Sem resumo de edição
Giro720 (discussão | contribs)
Sem resumo de edição
Linha 2:
|obra =Minha formação
|autor =Joaquim Nabuco
|anterior =[[Minha formação/XXV|Capítulo XVXXV]]
|posterior =
|seção =Os últimos dez anos (1889-1899)
|notas =
}}
 
[[Categoria:Minha formação| C 26]]
 
==__MATCH__:[[Página:Minha formação (1900).djvu/316]]==
Linha 24 ⟶ 26:
 
Dizendo as letras, quero apenas dizer o que elas podem ser para mim: o lado belo, sensível, humano das coisas que está ao meu alcance, a ressonância, a admiração, o estado d’alma que elas me deixam... Foi a necessidade de cultivar interiormente a benevolência o que, talvez, me dispôs a trocar definitivamente a política pelas letras, a dar a minha vida ativa por encerrada, reservando, como vocação intelectual – a política não fora outra coisa para mim – o saldo de dias que me restasse para polir imagens, sentimentos, lembranças que eu quisera levar na alma... Olhei a vida nas diversas épocas através de vidros diferentes: primeiro, no ardor da mocidade, o prazer, a embriaguez de viver, a curiosidade do mundo; depois, a ambição, a popularidade, a emoção da cena, o esforço e a recompensa da luta para fazer homens livres (todos esses eram vidros de aumento)...; mais tarde, como contrastes, a nostalgia do nosso passado e a sedução crescente de nossa natureza, o retraimento do mundo e a doçura do lar, os túmulos dos amigos e os berços dos filhos (todos esses são ainda prismas); mas em despedida ao Criador, espero ainda olhá-la através dos vidros de Epípeto, do puro cristal sem refração: a admiração e o reconhecimento...
 
[[Categoria:Minha formação| C 26]]