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Edição atual desde as 01h33min de 29 de outubro de 2020

O cardeal Czacki me tinha falado igualmente no dever de dar educação moral aos libertos, e nesse sentimento parece que na América do Norte e nas Antilhas o catolicismo vai tentar um grande esforço. Simpatizando com o princípio da nossa propaganda abolicionista e pondo em relevo a responsabilidade que nós, abolicionistas, havíamos contraído, o cardeal Czacki pôs o dedo no que é a ferida da raça negra, ainda mais degradada talvez do que oprimida, e, do ponto de vista católico, me disse que não havia outro meio para fazer desses escravos de ontem homens moralizados, senão espalhar largamente entre eles a educação religiosa que não tiveram nunca. Como respondi ao cardeal, assim respondia ao papa. – ‘Antes de começar o movimento abolicionista em 1879, disse eu ao sumo pontífice, o partido liberal a que pertenço, em conseqüência da luta com os bispos em 1873, luta sobre a qual os conservadores haviam pronunciado a anistia, achava-se principalmente voltado para as medidas de secularização dos atos da vida civil, quase todos ainda confiados entre nós à Igreja. Com essas medidas desenvolveu-se mesmo um estado de guerra entre o liberalismo e a Igreja. Desde que começou o movimento abolicionista, entretanto, morreram todas as outras questões, e literalmente há nove anos não se tem tratado de outra coisa no país. Estabeleceu-se então uma verdadeira