A Ortografia de Nossa Língua (pela simplificação ortográfica): diferenças entre revisões
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Linha 402:
<p align="left"><b>HERDEIROS DE MÁ HERANÇA</b></p>
<p align="left"> <i>As escrituras antigas eram essencialmente fonéticas. Em latim,</i><br> <i>como em grego, cada símbolo gráfico correspondia a um som único</i><br> <i>determinado.</i></p>
<p align="left"> Na fermentação longa e bárbara de que sairam as línguas novilatinas, houve sons que se abrandaram, sons que desapareceram e sons que apareceram. E a representação deles, na escrita, seguiu um caminho irregular de arbítrios e absurdos e caprichos individuais, a que a reação pós-renascentista veio complicar com a involução às formas latinas, num movimento que o arcadismo século 18 mais agravou.</p>
<p align="left"> A filologia pré-científica, tomada em falso pelos lingüistas de então, levou-os às mais estúrdias aproximações etimológicas e às mais enganosas afirmações lingüísticas.</p>
<p align="left"> A grafia deixou de ser fonética, para se complicar num sistema lastreado de valores mortos, de sincretismos abusivos - com predominância do pior - de sons multiplicemente representa dos, de desvios introduzidos pela ignorância, armada de presunção, legando-nos, a nós, o sistema usual ou misto, que possuímos: disparatado, ilógico, absurdo, afilológico, aglotológico, irracional, dificílimo. Suplício chinês dos aprendizes e desespero eterno dos eruditos.</p>
<p align="left"> À influência francesa atribui Gonçalves Vianna os exageros de nosso alatinamento e helenização ortográficos.</p>
<p align="left"> Se a Revolução Francesa houvesse democratizado também a grafia pedante que encontrou no país - acha o autor da ''Ortografia Nacional'' - nós os teriamos imitado e a simplificação, hoje, seria um fato simples, inconteste, como na Espanha e na Itália.</p>
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